A tentativa desesperada do
Governo do Estado de São Paulo (negada a princípio pelo Ministério Público), de
tomar pé da situação que envolve o aparato político que, desde o ano de 2000,
comanda o estado, é apenas o ponto de partida de um monstruoso “iceberg”
existente no Brasil: o da cartelização escandalosa a que nosso País está
submetido quando o assunto é “grandes obras públicas”.
A grande diferença de outras
épocas e denúncias, é que agora não foi o motorista, o jardineiro ou o irmão
magoado, mas uma das maiores empresas do mundo.
E a Siemens está prestando um serviço e tanto a nosso País. Se bem soubermos conduzir o assunto, temos a
oportunidade ímpar de refazer as ligações morais de nossa amada terra brasilis,
perdidas desde o descobrimento.
Aliás, a despeito do que procura
passar o Governo de São Paulo, chamando para si as investigações, se não houver
desvios de rota, bem possíveis nessas horas, dado os enormes interesses
envolvidos, o caso pode gerar uma hecatombe no sistema político nacional, atingindo
todos os poderes da República, a maioria dos políticos e todos os Estados da
Federação.
A lei das licitações em vigor, a
8.666/93, é imoral, permissiva e indecente.
Um escárnio, apesar de legal. Urge
mudá-la. Não à toa, o que vemos nas
concorrências Brasil afora, inibindo a competição e chamando de bobos, todos
que delas não participam, é o figurino dos “Consórcios”, fantasia utilizada por
empreiteiros para ludibriar os trouxas (nós) que, em última análise, com o
pagamento de impostos, engordam suas contas bancárias. Perdem o Brasil e o povo brasileiro.
Para equilibrar o jogo só nos
resta, uma vez mais, com alegria redobrada, vestir a vitoriosa fantasia dos
Anônimos que inundou o Brasil no carnaval de junho passado e, sem atravessar o
samba, botar o bloco na rua fazendo um belo desfile. Quiçá até os fazendo sambar. Afinal, sonhar com o fim da corrupção e um
Brasil sustentável, justo e feliz, não custa nada.
Abraços sustentáveis
Odilon de Barros