Como que fazendo um balanço do
primeiro mês de lançamento do blog que, saindo do zero atingira no período a
marca de 2 mil acessos, participei na
manhã de hoje, 12, do evento “Rio + 20: um ano depois, o balanço e o legado da
conferência, curiosamente patrocinado pela Siemens e jornal O Globo, no hotel
Windsor Guanabara.
Com a presença da Ministra do
Meio Ambiente, Izabella Teixeira, do Secretário Estadual do Meio Ambiente,
Carlos Minc, de Agostinho Vieira, do jornal O Globo, do Consultor Sérgio
Besserman e de Rosa Alegria, vice-presidente da rede NEF, o debate foi
importante por nos fazer perceber o quanto ainda temos que avançar na questão
do desenvolvimento sustentável, mas, também,o quanto já avançamos de 92 para
cá.
Em sua explanação, a ministra fez
interessante análise da situação atual, afirmando que a matriz do
desenvolvimento sustentável veio para ficar, que as empresas hoje já observam se
a matriz é de risco ou de oportunidade e que o clima entrou definitivamente na
pauta de todas as agendas. Que é
importante encararmos de frente que há um esgotamento desse modelo e que é um
desafio conciliar economia verde com os
chamados “goodjobs’, ou seja, aqueles empregos que também nos tragam
felicidade.
Declarou, ainda, que doravante
serão incluídos em todas as discussões, obrigatoriamente, duas palavras: accountability (obrigação de
membros de um órgão administrativo ou representativo de prestar contas a
instâncias controladoras ou a seus representados) e transparência.
Com clareza afirmou que acredita
que as coisas efetivamente só mudarão no Planeta Terra quando as sociedades dos
países desenvolvidos, EUA e China, por exemplo, discutirem e cobrarem de seus
governos atitudes pró-ativas nas questões climáticas e de sustentabilidade.
Por sua vez, Agostinho Vieira provocou
a Ministra com a mesma questão que eu gostaria de ter perguntado: como ser
ministra do Meio Ambiente em um governo que diz que vai investir ao mesmo tempo
em usinas de carvão e mobilidade urbana, por exemplo? Minc também provocou a Ministra em três
pontos: o clima; a lei de resíduos sólidos e logística reversa e; a
biodiversidade. Rosa Alegria colocou a
questão do papel da mulher nas discussões sobre sustentabilidade e Sérgio
Besserman colocou em dúvida a temática de meio ambiente do Estado brasileiro com
eleições no meio do caminho e se as várias praças no mundo cheias poderiam
ajudar. Estamos para viver uma ação de
cobrança conjunta e globalizada?
Afirmou concordar com a logística
reversa e perguntou: como fazer isso na Amazônia e no nordeste se não temos
recicladores por lá? Mais, temos 25
milhões de habitantes ali. Disse que
tudo hoje no meio ambiente é feito de trade-off (expressão que
define uma situação em que há conflito de escolha. Ele
se caracteriza em uma ação econômica que visa à resolução de problema mas
acarreta outro, obrigando uma escolha. Ocorre quando se abre mão de algum bem
ou serviço distinto para se obter outro bem ou serviço distinto).