A
eleição acabou, porém, em vez de ficarmos felizes por conta da prevalência do
desejo da maioria ter sido retratado nas urnas, da democracia ser a grande vitoriosa e de apesar dos percalços saber que caminhamos para a frente, o que vemos é um transbordar de preconceitos contra os menos
favorecidos, ódio e até um certo golpismo.
Agora,
cabe à primeira mandatária da Nação esperar a poeira baixar e aproveitar o
discurso de união proferido logo após o TSE reconhecer sua vitória e, juntamente
com o PT, e antes mesmo do que proporá fazer no âmbito externo, se voltar para
o partido e propor uma profunda reforma interna, cortar na carne. Poderia começar propondo, como o partido da situação da Espanha, a expulsão dos
vários caciques petistas com sentenças transitadas em julgado, algo previsto em
seus estatutos.
Questão
de sobrevivência. As urnas deram o
recado, subestimar estes sinais dando de ombros e vida que segue, poderá ser o
início do fim. Ou o nascimento de um
outro PMDB. É necessário, ainda, o
partido entender que após tantos anos, vários maus hábitos tornaram-se vícios
(venais) e é preciso corrigi-los, antes que o povo canse. Cadeiras de deputados (estaduais e federais)
e senadores já lhes foram subtraídas no pleito que se encerra.
A
eleição teve momentos interessantes de aprendizado. Com a expectativa de derrota vi muitos que
apenas observavam a campanha se engajarem e passarem a trabalhar pela vitória
petista. A tal galera da meia-idade
(olha eu aí) e o Estado do Rio de Janeiro estão de parabéns. Outro fato a ser estudado melhor foi a
derrota imposta duas vezes pelo PT a Aécio, em
Minas. Apesar de tudo somado fazer parte
do conjunto de razões que derrotou o PSDB, acredito que a derrota em seu estado tenha sido o
principal motivo do tucano ter perdido a eleição.
As
urnas deram uma segunda chance ao PT de retornar às suas origens, à ética, à
moralidade pública, apesar de todos os escândalos que assolaram o país nos
últimos anos. Na política, descrédito e
desconfiança, são itens básicos difíceis de serem removidos quando atingem o
eleitor.
O
medo de uma derrota iminente por ambas as partes pode, mesmo que acanhadamente,
ter unido novamente o binômio “povo/partido”. Porém, como ator fundamental na vitória, a massa, antes arredia a entrar na campanha, ficará, agora, mais atenta a deslizes.
Como
em um relacionamento onde uma das partes trai a confiança da outra, resta saber se os próximos passos do errante Partido dos Trabalhadores, serão no sentido de fazer as pazes com seu eleitorado, provar que mudou e
seguir caminhando, fazendo uma justa reforma fiscal, previdenciária e política,
dando a importância desejada e necessária ao meio ambiente e à universalização
dos direitos à boa educação e à saúde.
Se
assim for, terá valido à pena.
Abraços
Sustentáveis
ODILON
DE BARROS
2 comentários:
Excelente Reflexão.
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