Bem que os fabricantes de
bicicletas poderiam ter algumas aulinhas de como se relacionar entre eles e com
o governo federal, fazendo valer, a partir de agora, a tendência mundial de
utilização desse meio de transporte – alternativo e não-poluente - no país.
Em mais uma ação dúbia de mobilidade urbana
conjugada com falta de visão ambiental, o governo acaba de anunciar sete
novos produtos, inclusive as bikes, na Lista de Exceção da Tarifa
Externa Comum que terão os valores reajustados com o aumento da alíquota de
importação de 20% para 35%.
A desculpa é dar competitividade aos fabricantes
nacionais, pois assim a opção dos compradores recairia sobre o produto
nacional. Para quem não sabe, “as
magrelas” já têm o salgado número de 72% de impostos no preço de venda. E não é só, cogita-se, ainda, o aumento do
IPI.
Enquanto isso, um pouco mais
longe daqui, em Haeggung-dong, um bairro de Suwon, na Coreia do Sul, a Prefeitura inovou
e aproveitou o Dia Mundial Sem Carro para propor a seus habitantes um mês sem eles. Não sem antes preparar a estrutura
necessária para a mobilidade de seus moradores, com estações de empréstimo de
bicicletas e distribuição de 500 bikes em escolas e empresas, além de motos
elétricas e bicicleta-ambulância.
A ação, segundo o prefeito
Yeom Tae-young, visa demonstrar para a população a prioridade de seu governo
com a sustentabilidade e a acessibilidade. O prefeito destacou ainda, que cada
vez mais vai priorizar o sistema de transporte público.
Nos últimos anos nossas ruas não
aumentaram em número ou tamanho e estão cada vez mais entupidas de carros oriundos
da obtusidade de ações ditadas por lobbies de montadoras de veículos que só
pensam em bater recordes de vendas e lucros, ano após ano.
Essas mesmas fábricas, com a
desculpa esfarrapada de que geram emprego, e eles não são tanto assim, também não
conseguem mais implantar em suas matrizes essas ditas políticas de
desenvolvimento e consumo. A razão? Lá
seus habitantes questionam seus governos, vão para a rua, estão conscientes que
o planeta é finito.
Se se preocupassem
verdadeiramente em implantar uma mobilidade pública alternativa para a
população, mais sustentável e saudável, nossos governantes, a começar pelas
prefeituras, bem que poderiam copiar a
experiência bem sucedida de Haeggung-dong.
Tenho certeza que se surpreenderiam com o retorno.
Abraços Sustentáveis
Odilon de Barros