segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Rio +20. Um ano depois o balanço e o legado para a sociedade

Como que fazendo um balanço do primeiro mês de lançamento do blog que, saindo do zero atingira no período a marca de 2 mil acessos,  participei na manhã de hoje, 12, do evento “Rio + 20: um ano depois, o balanço e o legado da conferência, curiosamente patrocinado pela Siemens e jornal O Globo, no hotel Windsor Guanabara.

Com a presença da Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, do Secretário Estadual do Meio Ambiente, Carlos Minc, de Agostinho Vieira, do jornal O Globo, do Consultor Sérgio Besserman e de Rosa Alegria, vice-presidente da rede NEF, o debate foi importante por nos fazer perceber o quanto ainda temos que avançar na questão do desenvolvimento sustentável, mas, também,o quanto já avançamos de 92 para cá.

Em sua explanação, a ministra fez interessante análise da situação atual, afirmando que a matriz do desenvolvimento sustentável veio para ficar, que as empresas hoje já observam se a matriz é de risco ou de oportunidade e que o clima entrou definitivamente na pauta de todas as agendas.  Que é importante encararmos de frente que há um esgotamento desse modelo e que é um desafio conciliar economia verde  com os chamados “goodjobs’, ou seja, aqueles empregos que também nos tragam felicidade.




Declarou, ainda, que doravante serão incluídos em todas as discussões, obrigatoriamente, duas palavras: accountability (obrigação de membros de um órgão administrativo ou representativo de prestar contas a instâncias controladoras ou a seus representados) e transparência.

Com clareza afirmou que acredita que as coisas efetivamente só mudarão no Planeta Terra quando as sociedades dos países desenvolvidos, EUA e China, por exemplo, discutirem e cobrarem de seus governos atitudes pró-ativas nas questões climáticas e de sustentabilidade. 

Por sua vez, Agostinho Vieira provocou a Ministra com a mesma questão que eu gostaria de ter perguntado: como ser ministra do Meio Ambiente em um governo que diz que vai investir ao mesmo tempo em usinas de carvão e mobilidade urbana, por exemplo?  Minc também provocou a Ministra em três pontos: o clima; a lei de resíduos sólidos e logística reversa e; a biodiversidade.  Rosa Alegria colocou a questão do papel da mulher nas discussões sobre sustentabilidade e Sérgio Besserman colocou em dúvida a temática de meio ambiente do Estado brasileiro com eleições no meio do caminho e se as várias praças no mundo cheias poderiam ajudar.  Estamos para viver uma ação de cobrança conjunta e globalizada?

Tentando conjugar as várias questões a ministra Izabella respondeu exemplificando o que acontece com a questão do álcool e do desmatamento.  Ambas, em sua visão, são políticas de Estado que ajudam a diminuir o efeito estufa mas não são vistas internacionalmente assim.   Afirmou não ter conseguido, por força de lei, utilizar a madeira apreendida em desmatamentos ilegais, para construção de casas para necessitados.  Disse, também, que o Brasil não precisa de ter usina movida a carvão pois temos gás.  E disse que a sociedade não tem o hábito de discutir essas questões. 

Afirmou concordar com a logística reversa e perguntou: como fazer isso na Amazônia e no nordeste se não temos recicladores por lá?  Mais, temos 25 milhões de habitantes ali.  Disse que tudo hoje no meio ambiente é feito de trade-off (expressão que define uma situação em que há conflito de escolha. Ele se caracteriza em uma ação econômica que visa à resolução de problema mas acarreta outro, obrigando uma escolha. Ocorre quando se abre mão de algum bem ou serviço distinto para se obter outro bem ou serviço distinto).


Finalizando, afirmou que considera o papel da mulher, dos jovens e dos mais experientes, fundamental para o futuro do desenvolvimento sustentável.   E concluiu afirmando que acredita que a gente bronzeada vai mostrar o seu valor.