Mais uma vez o meio ambiente é
jogado para escanteio. Em uma atitude
que só vem comprovar a falta de prioridade para com tema tão importante,
Prefeitura do Rio, Ministério Público Estadual e Ministério Público Federal,
por motivos que vão desde a suspeita de fraudes em licitação a exigências
absurdas que poderiam (e deveriam) ter sido apontadas nas várias audiências
públicas havidas desde 2013, impediram, assim como a prometida limpeza da Baía
da Guanabara, a realização do Projeto de Recuperação Ambiental do Sistema
Lagunar da Barra e Jacarepaguá, mais um legado olímpicos rasgado.
Para quem acreditou nas
abobrinhas e promessas feitas pelo prefeito camaleão, Eduardo Paes, aquele
mesmo que, conversando informalmente com o ex-presidente Lula por conta da
Operação Lava Jato, prometeu ser um “soldado seu na luta contra o impeachment”,
lembram-se (???), a frustração é grande.
Obra importantíssima para a Bacia
da Barra e Jacarepaguá, orçada em aproximadamente 700 milhões, teve protelações
inadmissíveis por todas as entidades responsáveis, que não cumpriram
minimamente o cronograma pré-estabelecido e hoje, com a alta do dólar e idas e
vindas do projeto, viu o valor para execução da obra cair para 10% do valor
inicial, um absurdo, escandaliza-se o oceanógrafo, David Zee.
Por sua vez, o município sequer
construiu as cinco UTRs (Unidades de Tratamento de Rios) prometidas, que
desembocariam nas lagoas de Jacarepaguá e Tijuca. Omissão criminosa. Para piorar a situação, a Rio Águas rescindiu,
em dezembro passado, o contrato com o Consórcio Rios de Jacarepaguá, que
recuperaria os rios daquela bacia.
Agora, a solução possível seria,
após a Rio 2016, empresários do entorno, em parceria com o poder público, se
juntarem e realizar o trabalho, que é de interesse mútuo, em troca de
benefícios como o ICMS verde. A conferir.
Se estivéssemos em plena realização
das Olimpíadas, hoje, este fim de semana, seria de uma vergonha imensurável
para os cariocas. Confirmando as
péssimas condições de navegabilidade e as precárias soluções para manter
minimamente navegáveis os rios da região, as barreiras que impedem a passagem
das gigogas -vegetação que invade os rios e bacias- se romperam tornando a
passagem de barcos por canais que atendem os moradores das dez ilhas locais, praticamente
ilhados em suas casas.
Presidente do grupo C40, que
reúne líderes de grandes cidades do mundo visando decidir e adotar medidas
contra mudanças climáticas, seria interessante ouvi-lo agora para saber se ao
menos não se sente envergonhado com tamanho descaso. Mas outubro está aí e será a hora da
população dizer um rotundo “Não” à
continuidade de poder pretendida pelo prefeito traidor e sua trupe. Até lá só nos resta cobrar.
Abraços Sustentáveis
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