segunda-feira, 2 de maio de 2016

Legado Olímpico é o cacete!!!


Mais uma vez o meio ambiente é jogado para escanteio.  Em uma atitude que só vem comprovar a falta de prioridade para com tema tão importante, Prefeitura do Rio, Ministério Público Estadual e Ministério Público Federal, por motivos que vão desde a suspeita de fraudes em licitação a exigências absurdas que poderiam (e deveriam) ter sido apontadas nas várias audiências públicas havidas desde 2013, impediram, assim como a prometida limpeza da Baía da Guanabara, a realização do Projeto de Recuperação Ambiental do Sistema Lagunar da Barra e Jacarepaguá, mais um legado olímpicos rasgado.

Para quem acreditou nas abobrinhas e promessas feitas pelo prefeito camaleão, Eduardo Paes, aquele mesmo que, conversando informalmente com o ex-presidente Lula por conta da Operação Lava Jato, prometeu ser um “soldado seu na luta contra o impeachment”, lembram-se (???), a frustração é grande.

Obra importantíssima para a Bacia da Barra e Jacarepaguá, orçada em aproximadamente 700 milhões, teve protelações inadmissíveis por todas as entidades responsáveis, que não cumpriram minimamente o cronograma pré-estabelecido e hoje, com a alta do dólar e idas e vindas do projeto, viu o valor para execução da obra cair para 10% do valor inicial, um absurdo, escandaliza-se o oceanógrafo, David Zee.  




Por sua vez, o município sequer construiu as cinco UTRs (Unidades de Tratamento de Rios) prometidas, que desembocariam nas lagoas de Jacarepaguá e Tijuca.  Omissão criminosa.  Para piorar a situação, a Rio Águas rescindiu, em dezembro passado, o contrato com o Consórcio Rios de Jacarepaguá, que recuperaria os rios daquela bacia. 

Agora, a solução possível seria, após a Rio 2016, empresários do entorno, em parceria com o poder público, se juntarem e realizar o trabalho, que é de interesse mútuo, em troca de benefícios como o ICMS verde. A conferir.

Se estivéssemos em plena realização das Olimpíadas, hoje, este fim de semana, seria de uma vergonha imensurável para os cariocas.  Confirmando as péssimas condições de navegabilidade e as precárias soluções para manter minimamente navegáveis os rios da região, as barreiras que impedem a passagem das gigogas -vegetação que invade os rios e bacias- se romperam tornando a passagem de barcos por canais que atendem os moradores das dez ilhas locais, praticamente ilhados em suas casas.   

Presidente do grupo C40, que reúne líderes de grandes cidades do mundo visando decidir e adotar medidas contra mudanças climáticas, seria interessante ouvi-lo agora para saber se ao menos não se sente envergonhado com tamanho descaso.  Mas outubro está aí e será a hora da população dizer um rotundo “Não” à continuidade de poder pretendida pelo prefeito traidor e sua trupe.  Até lá só nos resta cobrar.

Abraços Sustentáveis


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