Cada vez mais a soberba americana
mistura-se à hipocrisia nonsense, num caldo de prepotência digno de quem se
acha o dono mundo.
Afirmei, aqui mesmo, em 20/7, em
artigo intitulado “Snowden e a sustentabilidade mundial”, que dentre as várias razões
divulgadas para a espionagem oficial Yankee, uma era o roubo de informações
privilegiadas visando a questão comercial.
Disse, também, que o Sr. Snowden prestava um serviço ao mundo digno de
herói.
Até agora não tivemos qualquer explicação
plausível que contente as justas preocupações tupiniquins. Estou convencido de que o que vem ocorrendo é
um crime de lesa-pátria, pois espionar com intenções comerciais é o mesmo que obter
informação privilegiada não autorizada, ou seja, é trapacear, é fraudar, é burlar, é
dolo.
Com a ajuda do jornalista Glenn
Greenwald, o assunto vem sendo apresentado em doses homeopáticas e inesgotáveis. Passados, aproximadamente, cinquenta dias
daquelas afirmações, estou cônscio de que a verdade está longe de ser dita. Se é que virá!
Para um país como o Brasil, que
não tem tradição de guerras e enfrentamentos, é importante termos consciência
de onde estamos pisando e até onde podemos ir, pois de nada adiantarão bravatas
que não se sustentem. Portanto, deixemos
a questão da soberania para ser tratada no campo diplomático e o comércio
internacional nos respectivos organismos e entidades que representam a questão:
ONU, OMC, Tribunal de Haia e por aí vai.
Procurando, sempre, buscar parceiros para alargar a teia de países
apoiadores de nossas teses.
Mesmo que ações mais fortes sejam
inviáveis de ser adotadas, é importante marcar posição e exigir que o assunto
seja discutido por organismos internacionais, estabelecendo, quem sabe, um novo
marco digital mundial, tão sonhado e necessário.
O Brasil, hoje - diferente de
alguns países que se opõem aos interesses norte-americanos e são rechaçados por
uma mídia quase sempre aliada -, tem cacife e respeito internacional suficientes para
descortinar toda a canalhice de que vem sendo alvo.
Falar grosso, sim. Não seria má ideia iniciar a conversa alijando de toda e qualquer licitação realizada em solo brasileiro - até que o episódio seja devidamente esclarecido -, empresas dos cinco países aliados na espionagem (EUA, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Inglaterra).
Falar grosso, sim. Não seria má ideia iniciar a conversa alijando de toda e qualquer licitação realizada em solo brasileiro - até que o episódio seja devidamente esclarecido -, empresas dos cinco países aliados na espionagem (EUA, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Inglaterra).
Voltando um pouquinho no tempo, é bom não esquecer que entre os casos mais recentes envolvendo grandes compras
nacionais, estão os 36 caças de R$ 10 bilhões que o Brasil empacou e
ainda não decidiu de quem comprar, se de suecos, franceses ou americanos. E, ainda, toda a discussão acerca do pré-sal e os
novos leilões que estão para ocorrer.
Quantos bilhões envolvidos?
Em um mundo cada vez mais carente
de atitudes sustentáveis, de necessidade de mudanças no padrão de consumo, olhar
para o futuro do Planeta pode significar ignorar, mesmo que temporariamente, nosso parceiro comercial mais
importante, afinal, a sanha capitalista americana não tem limites, não tem
ética. Nesse jogo imoral de cartas
marcadas, onde o lema é vencer ou vencer, o Brasil tem o importante papel de,
com coragem, iniciar um novo ciclo nas relações comerciais internacionais. Mais ético, sustentável e humano.
Abraços sustentáveis
Odilon de Barros