A cassação ou não de Eduardo Cunha, que pode ocorrer nos
próximos dias, definirá os rumos do combate à corrupção iniciado a partir da despretensiosa
Operação Lava Jato, em 2014.
Travada no palco do Congresso Nacional, a batalha para cassá-lo
se dá entre a oligarquia que sempre ditou os rumos do país desde 1500, e nossa
sociedade, vassala e sempre habituada a ceder aos interesses de uma minoria que
não se cansa de acumular.
Por isso, a possibilidade que se abre com sua saída (e futura
prisão), é de que tudo, literalmente tudo, poderá ocorrer a partir daí.
Mesmo que mais divulgados pela mídia, os níveis de malfeitos
praticados contra o estado brasileiro estão insuportáveis, o que remete à
afirmação do ministro Barroso, do STF, de que o “sistema punitivo brasileiro
não funciona para os ricos”, o que é muito ruim.
A cassação de Cunha pode vir a simbolizar romper com o status
quo reinante, a barreira do inimaginável para as elites e a sociedade brasileira,
que nunca estiveram tão perto de transpor esse marco. Ruim para as elites, ótimo para nós.
Temer e quadrilha sabem da importância (e do perigo) do atual
momento. Cunha, sem nada temer o tem nas
mãos e sabe que a única chance de não ser preso é safar-se da
cassação. O enredo está posto e nos dois
a sociedade está à margem. A única coisa
que fugiria ao controle de ambos, momentaneamente, é se Moro fosse um juiz
imparcial e engaiolasse, já, Cláudia Cruz.
Por isso o desespero do interino, que mesmo sabendo do quanto
é escandaloso continuar a encontrar-se com um duplo réu na calada da noite, permanece
a tramar para livrá-lo no covil do Jaburu.
A sociedade torce por esse abraço de afogados. A linha tênue entre o abismo e a esperança é o que vai determinar entrarmos definitivamente para
o rol de países sérios ou nos refundarmos como Banânia. As ruas podem lhes ajudar a entender.
Viva o Brasil, será?
Odilon de Barros
Um comentário:
Obrigada por me manter informada sobre a nossa Banania. Você escreve muito bem! Parabéns
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