Nos últimos dias muito temos
ouvido sobre a necessidade de reformas. Que
é chegada a hora de o governo cortar na própria carne e eliminar ministérios
inúteis, diminuir o aparelhamento estatal, reformar a previdência impondo idade
mínima à regra da flexibilização do fator previdenciário proposta pela medida provisória
676/2015, recriar a CPMF e aumentar o imposto de renda para pessoas físicas.
Não vou entrar no mérito da
necessidade ou não desses ajustes, mas na falta de discussão com a sociedade sobre,
mais uma vez, quem deve pagar essa conta.
Em quase meio século acompanhando
a política tupiniquim, vários planos econômicos, trocas de moeda e arranjos
para acertar desajustes econômicos causados por políticas econômicas
desastradas e muitas vezes irresponsáveis, jamais fomos chamados a discutir de
forma justa o tema, saudável em qualquer sociedade desenvolvida e igualitária,
o que infelizmente não é o nosso caso quando se trata de distribuição de sacrifícios.
Aqui, o que vemos é um massacre diário
de informações exercido por uma mídia que, com raríssimas exceções, é parcial e leva à
opinião pública notícias ao sabor dos ventos e crenças de seus interesses. Bancos que atravessaram as mais variadas crises
sem nunca terem sido incomodados ou chamados a ingerir os mesmos remédios
amargos aplicados à sociedade. Rentistas
intocáveis e seus vultosos patrimônios, protegidos por todos os governos da
recente cena política brasileira. E uma
classe política, também, em sua esmagadora maioria, espúria e entregue ao toma
lá da cá, visando enriquecer, por quê?
Enquanto isso, Itaú e Bradesco lucraram,
apenas no primeiro semestre de 2015, 20 bilhões. Mais, quinze abastadas famílias brasileiras acumulam
fortunas da ordem de 130 bilhões.
Assunto proibido por aqui, se
justo fosse o ajuste pretendido pelo Governo Federal, poderíamos, quem sabe, assistir
pela primeira vez na história, o país taxar o lucro dos bancos e criar imposto
sobre grandes fortunas. Com vontade política e tolerância zero com a corrupção,
Zelotes e Lava a Jato complementariam o ajuste fiscal pretendido sem chatear a
patuleia.
A letargia e a passividade da
sociedade brasileira são inacreditáveis.
Coisa para bons anos de divã. Cotidianamente,
trabalhamos com afinco pelo “status quo” reinante a favor da retrogada elite
verde-amarela. Pra quem precisa ter como
aliado as ruas para sobreviver, quem sabe Dilma, como um tiro de misericórdia, consegue tirar
esse derradeiro coelho da cartola.
Abraços Sustentáveis
Odilon de Barros
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