domingo, 13 de setembro de 2015

A hora de outros brasileiros pagarem a conta



Nos últimos dias muito temos ouvido sobre a necessidade de reformas.  Que é chegada a hora de o governo cortar na própria carne e eliminar ministérios inúteis, diminuir o aparelhamento estatal, reformar a previdência impondo idade mínima à regra da flexibilização do fator previdenciário proposta pela medida provisória 676/2015, recriar a CPMF e aumentar o imposto de renda para pessoas físicas.   

Não vou entrar no mérito da necessidade ou não desses ajustes, mas na falta de discussão com a sociedade sobre, mais uma vez, quem deve pagar essa conta.

Em quase meio século acompanhando a política tupiniquim, vários planos econômicos, trocas de moeda e arranjos para acertar desajustes econômicos causados por políticas econômicas desastradas e muitas vezes irresponsáveis, jamais fomos chamados a discutir de forma justa o tema, saudável em qualquer sociedade desenvolvida e igualitária, o que infelizmente não é o nosso caso quando se trata de distribuição de sacrifícios.

Aqui, o que vemos é um massacre diário de informações exercido por uma mídia que, com raríssimas exceções, é parcial e leva à opinião pública notícias ao sabor dos ventos e crenças de seus interesses.  Bancos que atravessaram as mais variadas crises sem nunca terem sido incomodados ou chamados a ingerir os mesmos remédios amargos aplicados à sociedade.  Rentistas intocáveis e seus vultosos patrimônios, protegidos por todos os governos da recente cena política brasileira.  E uma classe política, também, em sua esmagadora maioria, espúria e entregue ao toma lá da cá, visando enriquecer, por quê?

Enquanto isso, Itaú e Bradesco lucraram, apenas no primeiro semestre de 2015, 20 bilhões.  Mais, quinze abastadas famílias brasileiras acumulam fortunas da ordem de 130 bilhões. 

Assunto proibido por aqui, se justo fosse o ajuste pretendido pelo Governo Federal, poderíamos, quem sabe, assistir pela primeira vez na história, o país taxar o lucro dos bancos e criar imposto sobre grandes fortunas. Com vontade política e tolerância zero com a corrupção, Zelotes e Lava a Jato complementariam o ajuste fiscal pretendido sem chatear a patuleia.

A letargia e a passividade da sociedade brasileira são inacreditáveis.  Coisa para bons anos de divã. Cotidianamente, trabalhamos com afinco pelo “status quo” reinante a favor da retrogada elite verde-amarela.  Pra quem precisa ter como aliado as ruas para sobreviver, quem sabe Dilma, como um tiro de misericórdia, consegue tirar esse derradeiro coelho da cartola.   

Abraços Sustentáveis

Odilon de Barros


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