O Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma e a Organização
Internacional de Polícia Criminal, Interpol, estão chamando a atenção para os
impactos dos crimes ambientais.
As agências citam estudos afirmando que o tráfico ilegal de
animais e de madeira pode ajudar a financiar o terrorismo e o crime organizado
pelo mundo.
Elefantes
Segundo o Pnuma, só o tráfico ilegal de animais selvagens, como
elefantes, rinocerontes e tigres, gera lucros entre US$ 15 e US$ 20 bilhões por
ano, ou até mais de R$ 45 bilhões.
Em 2011, pelo menos 17 mil elefantes africanos foram
assassinados, reflexo do aumento do tráfico ilegal de marfim. E a apreensão de
pacotes com mais de 800 kgs de marfim, que tinham como destino a Ásia, mais que
dobrou nos últimos cinco anos.
No começo do ano, uma ação da Interpol na África prendeu 66
pessoas e apreendeu mais de 4 mil produtos feitos com marfim ilegal.
Madeira
Sobre o comércio ilegal de madeira, o Pnuma e a Interpol afirmam
ser um mercado que vale entre US$ 30 e US$ 100 bilhões por ano. Em fevereiro, a
Interpol fez uma operação em vários países da América Latina, incluindo o
Brasil, que resultou em 200 pessoas presas e na apreensão de 150 veículos com
madeira.
As duas agências também destacam que a pesca ilegal responde por
20% do total de peixes pescados no mundo. Os números são da WWF. A Interpol
lançou este ano o “Projeto Escala”, para combater crimes no setor e garantir o
cumprimento de leis nacionais.
Lixo Eletrônico
Outro crime ambiental que gera preocupação é o desvio de lixo
eletrônico para o mercado negro, para evitar os custos associados com a
reciclagem.
No ano
passado, uma operação de combate ao comércio ilegal de lixo eletrônico
apreendeu 240 toneladas de equipamentos, como televisores e computadores, e
investigou 40 empresas envolvidas no crime.
Foram feitas vistorias em portos da Bélgica, Alemanha, Holanda e Grã-Bretanha, região considerada fonte de lixo eletrônico que segue para outras partes do mundo. A Interpol também verificou portos no Gana, Guiné e Nigéria, países que são destino desse lixo.
Foram feitas vistorias em portos da Bélgica, Alemanha, Holanda e Grã-Bretanha, região considerada fonte de lixo eletrônico que segue para outras partes do mundo. A Interpol também verificou portos no Gana, Guiné e Nigéria, países que são destino desse lixo.
O diretor do Pnuma, Achim Steiner, sugere aos países que
melhorem os serviços de inteligência, o trabalho da polícia e reforcem a
capacidade das alfândegas para diminuir o índice desses crimes.
A Interpol e o Pnuma debatem os impactos e possíveis soluções
para os crimes ambientais até sexta-feira, em uma reunião em Nairobi, no
Quênia.
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Publicado originalmente no site Rádio ONU.
(Rádio
ONU)