Varsóvia, Polônia – Terminou, no último sábado (16), o quarto dia das negociações na COP19 e os ares estão inflamados, seja dentro como fora do Narodowy Stadium. Termina também o “Young and Future Generations Day”.
Os jovens demonstram ser, seguramente, um dos grupos mais ativos
e propositivos dentro da Conferência. Sua posição no interior das negociações,
de qualquer forma, é difícil: devem fazer ouvir sua voz concorrendo com outros
“stakeholders” que podem se permitir uma atividade de “lobbying” mais organizada
e financiada.
São
muitos os temas levados pela Youngo (UNFCCC constituency of youth
non-governmental organizations), mas um está à frente de todos em
importância: o princípio da equidade intergeneracional (sancionado seja na
convenção do Rio como no Relatório Brundtland). É a ideia segundo a qual as
atividades em curso não devem comprometer o bem-estar ou os direitos das
gerações futuras, constituindo, sem dúvida, o fundamento jurídico e moral de
fundo em qualquer acordo sobre a mudança climática.
Seguem
algumas das atividades organizadas pelos jovens durante o sábado:
Por
volta das 9.30 da manhã, depois do compromisso cotidiano do “spokescouncil” da
Youngo, um grupo de jovens, vindos de vários países, decidiu organizar uma ação
demonstrativa: com fitas adesivas sobre a boca e um cartaz no pescoço, no qual
se faz projetava a data de nascimento de uma futura criança, eles ficaram em
pé, imóveis, por aproximadamente meia hora. O que pediam é que o tema fosse
inserido na agenda da COP, reafirmando o princípio de equidade
intergeneracional já presente na ADP (Durban Platform for Enhanced Action).
Enfim, que todas as promessas e compromissos no âmbito do acordo fossem
baseadas em modelos econômicos sem “taxa de desconto” (que, se considerada,
levaria a uma análise distorcida dos custos dos impactos ambientais futuros).
À tarde, a maior parte das atividades se concentrou na sala
Krakow. Nela aconteceu o Side Event sobre Intergenerational Inquiry organizado
pelo Secretariado do UNFCCC: uma plataforma que permite a jovens delegados,
provenientes de todo o mundo, realizar uma interface com os principais agentes que
se movimentam no interior da arena intergovernativa da COP. A sexta edição se
concentrou sobre o princípio da equidade intergeneracional como pressuposto
fundamental para perseguir a justiça climática e alcançar um ambicioso
acordo para 2015.
Assim os jovens tentaram lembrar às partes presentes à
Conferência um princípio que pode ser retomado com um velho provérbio indígena
da América: “Não temos esse mundo como herança de nossos pais, mas emprestado a
nossos filhos”. Esperamos que os delegados se lembrem disso durante as
tratativas!(Agência Jovem de Notícias) por Daniele Saguto e Giovanni Cunico, da Agência Jovem de
Notícias, Especial para Envolverde