Sustentabilidade, Corrupção e Vandalismo
Nosso Planeta agoniza e
medidas radicais têm que ser implementadas agora pelo conjunto dos países
visando reverter o atual quadro de destruição que coloca em risco a vida dos
tripulantes da Nave Terra. O problema é
que, por sua complexidade, o que tem que ser feito envolve todos, porém,
ninguém se reconhece como devedor desse imenso passivo. Ou seja, uma equação que segue à risca o
velho ditado “farinha pouca, meu pirão primeiro”.
Está claro, também, que esse
modelo de desenvolvimento, baseado em um consumo desenfreado, onde a cada ano
temos que trocar de carro, telefone, guarda-roupa, computador, está falido. Quem ainda não viu o filme “O segredo das
coisas”(Youtube), deve ver, é um choque de 1000 volts na sanha consumista.
Ainda tentando entender o recado
que vem das ruas, quero acreditar que pouco a pouco o povo vai enxergando que o
único caminho é o de uma ruptura desse modelo globalizado, pois a Terra é
finita e os sinais que a estamos maltratando estão cada vez mais presentes em
nosso cotidiano. Como somos estúpidos!!!
De um lado, um império decadente
que consome como se fosse dono de três planetas. No outro extremo, uma África miserável,
doente e explorada ao máximo em suas riquezas.
Está na hora de equilibrarmos o
jogo ou perderemos todos. Fingir que não
está acontecendo nada só trará mais dor para curar as feridas. Isto é, se ainda houver tempo de curá-las.
É chegada a hora em que a
sustentabilidade, mais do que ser de direita ou esquerda, terá de ser a
ideologia de todos. Quero crer que foi
um pouco isso que nossas ruas quiseram dizer quando passo e repasso em minha
mente as dezenas de cartazes
reivindicatórios que vi nas manifestações. E tentando traduzir a mensagem que ecoa
daquelas vozes, o que fica é uma profunda indignação.
Agora tenho absoluta convicção
que o inconsciente coletivo dos cartazes contra a corrupção desenfreada não
eram tão subjetivos quanto pareciam, significavam que roubar não é sustentável,
pois os recursos subtraídos de governos com aumentos de preços em concorrências
em prol de poucos, diminuem, retardam ou até tornam inviáveis a realização de
obras/projetos, que poderiam beneficiar toda a sociedade. Mais, negam, direta e indiretamente ao povo,
o direito básico à saúde, educação, transporte, cultura, esporte, turismo,
pesquisa, infraestrutura e outros serviços que gerariam qualidade de vida a
todos.
Não quero justificar nem tampouco
incentivar o excesso cometido por poucos, mas existe vandalismo maior que a corrupção, que é tirar do
povo a oportunidade de ver seus direitos constitucionais elementares atendidos
em detrimento de uma classe política que, em sua grande maioria, putrefata, ao
chegar ao Poder, apenas trabalha em benefício próprio e para nele se
manter?
Enquanto o vandalismo é visível a
olho nu, a corrupção é silenciosa, subtrai, machuca e mata os sonhos do povo.
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