Percebe-se, agora, que o buraco em que nos metemos com a aventura
irresponsável iniciada com o impeachment é muito mais fundo do que podemos
imaginar.
Neste buraco negro infindável, fraturado institucionalmente
desde o ano passado, somos surpreendidos cotidianamente, e com grau de
gravidade cada vez maior, com fatos cada vez mais inimagináveis se sucedendo, o
que nos faz pensar que somos, de verdade, um país sem limites.
Enquanto a elite dirigente, tendo à frente PMDB, PSDB, DEM e
PP, a Banca representante do capital e 1% rentista, não compreenderem ser
impossível continuar sem um mínimo de consenso e união nacional, nosso país
continuará em ebulição e chances reais de convulsionar.
Com o tecido político-social-institucional em metástase, urgem
reformas como a política e eleitoral, que toquem em temas recorrentes há décadas, como o
fim do foro privilegiado, do voto obrigatório, financiamento público de
campanhas, cláusula de barreira progressiva, fidelidade partidária, entre
outros, instrumentos sociais largamente utilizados em países civilizados. E
referendo popular para convocação de constituinte exclusiva.
Devolver os destinos da Nação à sociedade brasileira que é,
em última análise, quem detém o soberano e verdadeiro poder como manda a
Constituição Federal em seu Artigo 1º, o único caminho a tomar para tentar
pacificar o país nesse momento.
Convocar eleições gerais já, pode ser a chave de saída perdida
para se fechar a caixa de pandora aberta no início do ano de 2016, fora isso até
nossa tenra democracia corre riscos.