Exercitando a mente em um futuro cenário político a partir
do provável número de denunciados na delação do fim do mundo da Odebrecht, cerca
de 200 segundo informações da imprensa, será impossível a partir de então a
continuidade dos trabalhos na Casa sem uma profunda reforma política, pois, doravante, faltará
legitimidade, ética e moral para aprovação de temas de interesse do governo.
A desculpa governista de que o país precisa avançar e
crescer não se sustenta nem mesmo perto de um desavisado javali. Se constatado o balcão de negócios em que se
transformou nossa Casa legislativa federal (imaginem as estaduais e municipais
???), não só o produto do roubo (aprovação das leis) tem que ser anulado, como
também aqueles que negociaram e viabilizaram um falso cenário de necessidades
às empreiteiras, têm que ser punidos.
Tais propostas e caminhos, mesmo de difícil aprovação, devem
estar desde já no radar daqueles que eventualmente sobrarem dessa hecatombe e que terão a
tarefa de reconstruir junto à sociedade a estabilidade política do país.
Portanto, torna-se condição “sine qua non” a instauração por
esses parlamentares remanescentes, de processos de cassação por falta de decoro
parlamentar de todos os envolvidos nas negociatas (venda de MP’s e leis), bem
como a anulação das referidas leis e a consequente cessação dos prejuízos e
seus respectivos ressarcimentos.
A constatação de que nosso sistema político apodreceu e
precisa passar por ampla reforma política só não é sentida pela grande mídia,
sempre servil às elites.
Tal reforma, já vem sendo pedida em vários fóruns da
sociedade civil organizada desde o maroto impeachment da presidente Dilma e já
começa a arranhar nossa imagem internacional.
Com o atual Congresso envolvido até o pescoço no lodaçal de
denúncias de corrupção, não serão os acusados de hoje que permitirão o país avançar. Portanto, apenas uma constituinte exclusiva
que ouça a voz rouca das ruas poderá atacar questões como o fim do foro privilegiado e o
voto obrigatório, o fim das coligações proporcionais, imposição de cláusula de
barreira, além de medidas para o fortalecimento dos partidos.
Além do mais, a lei do impeachment mostrou-se frágil e
permissiva a manobras pouco republicanas, e precisa ser revisada. Outro ponto interessante a ser debatido,
seria a análise do fim da figura do vice-presidente, existente em outros países. Tenho a convicção que daqui para frente os
partidos terão cuidado redobrado nessas escolhas.
Mas para tudo isso ocorrer serão necessários três
ingredientes básicos: as ruas roncarem alto, diretas já e o judiciário, com a
intenção de resgatar a credibilidade perdida no caso Renan, vestir-se para
guerra e alinhar-se ao lado do povo.
Como estamos próximos ao natal, será esse meu presente de papai noel?
Abraços Sustentáveis
Odilon de Barros
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