quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Estudantes de São Paulo desenvolvem projetos inovadores para o meio ambiente


Alunos de escolas públicas de São Paulo desenvolveram projetos inovadores para cuidar do meio ambiente. Representantes de quatro escolas foram vencedores da Feira de Ciências das Escolas Estaduais de São Paulo, que revelou novos cientistas mirins do ensino médio. Entre as ideias estão uma escola sustentável e um repelente contra dengue.
A equipe da Escola Estadual Professor Carlos de Arnaldo Silva, da cidade de Jales, foi a campeã e garantiu a participação na Genius Olympiad, em Nova York, representando o Brasil. O trabalho Escola Sustentável, criado pelos alunos Jhonatan Ferreira, Raphael Casagrande e Wigor Ribeiro, apresenta a aplicação da técnica de filtragem que elimina a sujeira e o odor da água.
Jhonathan Ferreira revelou que a inspiração veio do Projeto Bioágua, do arcebispo emérito de Olinda e Recife, dom Hélder Câmara, já falecido, que reaproveita a chamada água cinza, ou seja, toda a água utilizada em uma casa, menos a do vaso sanitário, passa a ser usada na irrigação de hortaliças. A ideia dos meninos é que a água filtrada seja reutilizada nos banheiros e na limpeza das áreas externas da escola.
“O objetivo foi adaptar o Bioágua na escola e também incrementá-lo com novos materiais que tivessem poder de filtração e desodorização”, explicou o estudante. Sobre a importância do prêmio, Jhonatan disse: "representar o Brasil em Nova York é uma luz que surgiu em nossas vidas, por meio do nosso esforço. Representa que somos capazes.”

O professor de química Sérgio Roberto Martins, que orientou os estudantes de Jales, disse que ficou muito satisfeito com o resultado. “Eles são empolgados. Foi muito bom orientá-los. Algumas vezes, precisei ajudá-los na montagem e escolha do material, mas eles respondiam prontamente. Foi muito fácil.”
Em Fernandópolis, na Escola Estadual Afonso Cáfaro, surgiu outra solução inovadora. O trabalho, na área de biologia, identificou o potencial da planta comigo-ninguém-pode no combate ao mosquito da dengue.
Para a organizadora do concurso, Dayse Pereira da Silva, este foi o primeiro passo para a entrada dos jovens no mundo científico. "Além disso, o concurso desperta o espírito do empreendedorismo, ao propor ações ou produtos que podem ser comercializados. A expectativa é que no próximo ano mais projetos tenham o mesmo destino.”
O secretário estadual da Educação, Herman Voorwald, explicou que “a ideia do evento é desenvolver o gosto pela ciência e fomentar a produção da pesquisa, a partir da educação básica, valorizando o papel do educador e incentivando o aluno ao reconhecer seu potencial”.
Ao longo do ano, os estudantes do estado desenvolveram e inscreveram 163 projetos. A última etapa do concurso contou com 20 trabalhos, que passaram por uma banca avaliadora composta por representantes de universidades, diretores e presidentes de empresas.
Além da equipe de Jales, os demais finalistas garantiram vagas em diversos encontros científicos nacionais, como a Mostra Paulista de Ciências e Engenharia, em São Paulo, a Feira de Ciências e Tecnologia de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, e a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia, também na capital paulista.

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