Não há nada mais abominável do que a violência praticada
contra crianças e velhos no mundo.
Principalmente se essa for cometida em um ambiente de guerra, onde a
parte mais fragilizada dentro do confronto, os civis, não está apta a se
defender, mas apenas morrer.
Omran Daqneeesh tem apenas cinco anos, contudo, nesse curto
espaço de tempo já sabe, mesmo inconscientemente, o significado do vocábulo “guerra”.
A foto que chocou o mundo é uma bofetada na cara da
humanidade que habita nosso planeta e traduz a impotência e omissão de
governos, organismos multilaterais e entidades responsáveis por manter a paz no
mundo, diante da crescente escalada de violência no Oriente Médio.
Indefeso e frágil, sua imagem atônita e olhar perdido no
tempo diante de uma inexplicável violência em qualquer idade, escondem a
incompetência das autoridades mundiais para interromper o massacre de civis em
sua cidade natal, Aleppo.
Seja no Brasil, Indonésia ou Kiribati, impossível não nos
constrangermos, enquanto terráqueos, com a violência imposta a um similar de
nossa espécie.
E não importa se ele é sírio, palestino, brasileiro ou suíço,
se é vizinho de bairro ou faz fronteira com nosso país, pois o que está em jogo
é a vida, a paz, a sobrevivência dentro dessa casinha redonda chamada “Planeta
Terra”.
Omran, hoje, representa todas as vítimas das desigualdades
planetárias, dos abandonados, torturados, dos entregues à própria sorte, ao
descaso, à ganância e ao poder estúpido daqueles que não se importam com o
próximo.
Passou da hora de, enquanto terráqueos, entendermos o básico. Saber que não adianta dar de ombros e achar que a foto de Omran, mesmo a 15 mil
quilômetros de distância do Brasil, nada tem a ver com brasileiros. Esse, um grande equívoco.
Enquanto não conseguirmos enxergar que é preciso ajudar os
refugiados que fogem das guerras no oriente médio e invadem a Europa; ser
solidários à causa palestina e a luta pelo reconhecimento de seu Estado; enquanto
não nos preocuparmos com o sequestro de meninas e mulheres pelo grupo Boko
Haram, no norte da Nigéria, visando transforma-las em escravas sexuais;
enquanto não compreendermos que os cracudos da Praça da Sé são tão excluídos quanto os habitantes do Haiti, Chade ou Sudão, e que tudo isso faz parte de um único e grande todo, estaremos, estupidamente, caminhando a passos largos para o abismo, para o fim da espécie humana.
Abraços Sustentáveis
Odilon de Barros
Nenhum comentário:
Postar um comentário