De um lado, um bilhão de pessoas passam fome no mundo; 200
milhões são crianças, 10 milhões morrem todos os anos de inanição. Do outro
lado, quase 800 grupos corporativos mundiais dominam a cena da intermediação
financeira e se regozijam com a “economia da acumulação e da devastação”.
Enquanto não mudarmos a forma de produção, respeitando,
prioritariamente, os ciclos da natureza, estaremos longe do bem-estar humano
sustentável e, cada vez mais, nos aproximaremos de um crescimento fútil baseado
no consumo material.
Urge combater os excessos e entender que progresso humano não
pode ser confundido com crescimento material.
A crise ecológica ora vivenciada é decorrente de um sistema de
economia que defende um crescimento ilimitado num mundo limitado.
Se almejarmos obter para nós e para a geração vindoura uma vida
mais tranquila num mundo mais desenvolvido, chegou a hora de pôr um fim na
dilapidação que vem sofrendo o capital natural por conta das atividades
econômicas exercerem forte pressão sobre os recursos da natureza.
Para isso é fundamental disseminar uma espécie de “consciência
ecológica”. Essa consciência ecológica passa por eliminar aquilo que Fritjof
Capra chama de “analfabetismo ecológico”.
Para tanto, desde a base, a partir dos primeiros anos de estudo,
se faz necessário colocar nossos alunos em contato com os valores que norteiam
às ciências ecológicas.
Há de se desenvolver uma política nacional de educação
ecológica, uma verdadeira ecoalfabetização que seja capaz de sensibilizar a
todos para a importância que representa o sistema ecológico em nossas vidas.
Nossos alunos iniciantes precisam ser ensinados que crescimento
econômico deve vir em conjunto com a justiça social, sempre resguardando a
proteção do meio ambiente.
É necessário, portanto, desenvolver uma consciência de que a
natureza é a provedora inicial das necessidades humanas. Parece que muitos se
esquecem de que somos parte da natureza.
Pela preservação, conservação e sustentação dos princípios
ecológicos e, finalmente, pelo fim do “analfabetismo ecológico”. Atingindo
isso, à vida saberá como nos agradecer. por Marcus Eduardo de Oliveira, do Adital