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quinta-feira, 23 de julho de 2015

Uma arma contra a mudança climática


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Sessão da conferência científica sobre mudança climática, em Paris, durante a intervenção da relatora especial para os direitos humanos das Nações Unidas, Victoria Tauli-Corpuz. Foto: Fabíola Ortiz/IPS
Sessão da conferência científica sobre mudança climática, em Paris, durante a intervenção da relatora especial para os direitos humanos das Nações Unidas, Victoria Tauli-Corpuz. Foto: Fabíola Ortiz/IPS

Os territórios indígenas na Amazônia armazenam mais da metade de todo o carbono existente na selva, mas trata-se de um serviço ambiental ameaçado por estradas, expansão da mineração, agricultura e extração de petróleo e madeira. Esse risco foi um dos temas da conferência científica Nosso Futuro Comum Sob a Mudança Climática, que reuniu cerca de dois mil especialistas e pesquisadores, entre os dias 7 e 10 deste mês, na sede da Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura (Unesco), em Paris.
Foi o maior encontro científico antecedendo a 21ª Conferência das Partes (COP 21) da Convenção Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática, que acontecerá nesta cidade em dezembro. Dessa cúpula deve sair um novo tratado universal e vinculante para enfrentar o aquecimento global.
O estudo Carbono Florestal na Amazônia: a Contribuição não Reconhecida dos Territórios Indígenas e de Áreas Naturais Protegidas, encabeçado pelo Centro de Pesquisa Woods Hole, recomenda incluir esse aporte no mapa do caminho para as ações de mitigação e adaptação à mudança climática.
A bacia, com a maior floresta tropical do mundo, é compartilhada por oito países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, e engloba cerca de seis milhões de quilômetros quadrados. A pesquisa incluiu o território da Guiana Francesa, adjacente à bacia e também com selva tropical.
Mais da metade (52%) da região está protegida por povos indígenas, que somam um milhão de habitantes em 2.344 territórios, e pelas 610 áreas de conservação, segundo o informe, que também é assinado pelo peruano Instituto do Bem Comum e pela equatoriana Coordenadoria de Organizações Indígenas da Bacia Amazônica, entre outras instituições.
No total são 4,1 milhões de quilômetros quadrados, um volume de carbono retido semelhante ao da República Democrática do Congo e da Indonésia em conjunto. É parte dos serviços ambientais prestados pelas florestas tropicais, ajudando a estabilizar o clima. Segundo Alessandro Baccini, cientista associado ao Centro Woods Hole que liderou o estudo, os territórios indígenas armazenam 11 vezes mais carbono do que qualquer outra área na Amazônia, seja privada ou gerida pelo governo.
“Ninguém sabia de fato quanto carbono se armazenava nos territórios indígenas e isso era justamente o que os povos queriam saber. Eles afirmam que a selva é seu lar, sua vida, onde encontram seus medicamentos, seus alimentos e, por isso, têm a necessidade de preservá-la”, explicou Baccini à IPS. “Constatamos que 14% dos territórios indígenas ainda não estão legalizados oficialmente e isso contribui para que o sequestro de carbono corra perigo”, apontou.
Baccini e sua equipe buscaram quantificar a ameaça representada pelo avanço de projetos de infraestrutura e por outras atividades econômicas na Amazônia. Foi constatado que até um terço do carbono armazenado pode escapar por causa da mineração e da construção de hidrelétricas e estradas. O custo estimado para legalizar os territórios indígenas e as áreas de proteção natural varia entre US$ 2 bilhões e US$ 4 bilhões, segundo o estudo.
Os projetos hidrelétricos geram impactos no clima da região, como fatores de mudança nas chuvas, destacou Baccini. No Brasil, 11 das 30 centrais hidrelétricas planejadas na Amazônia até 2023, segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia, estarão localizada a 40 quilômetros de terras indígenas. As 232 novas linhas de transmissão de eletricidade, que somam 41 mil quilômetros de extensão, afetarão pelo menos oito reservas indígenas.
A degradação ambiental é outra ameaça imediata ao ecossistema tropical e pode impulsionar mudanças climáticas na região. Segundo Baccini, “o desmatamento é o fator principal para a emissão de carbono na Amazônia e os projetos de infraestrutura acrescentam outras causas dessas emissões”.
O responsável pelo programa de mudança climática e água do canadense Centro Internacional de Pesquisas para o Desenvolvimento, Mark Redwood, destacou que os grandes projetos na selva, especialmente os vinculados à mineração, consomem muita energia. “Sempre que um grande investidor impulsiona esse tipo de projeto, é preciso considerar os custos para o clima. São investimentos que representam um risco climático”, acrescentou.
Vista externa da sede da Unesco em Paris, onde aconteceu a conferência científica Nosso Futuro Comum Sob a Mudança Climática, um dos encontros prévios à cúpula climática de dezembro. Foto: Fabíola Ortiz/IPS
Vista externa da sede da Unesco em Paris, onde aconteceu a conferência científica Nosso Futuro Comum Sob a Mudança Climática, um dos encontros prévios à cúpula climática de dezembro. Foto: Fabíola Ortiz/IPS
O professor e pesquisador brasileiro Carlos Nobre, membro do Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre Mudança Climática (IPCC), apontou a construção de estradas como um dos principais fatores do desmatamento. “Devastar não é política de desenvolvimento, não há nenhuma correlação entre desmatar e promover crescimento econômico. O problema ocorre quando estradas servem com vetor do desmatamento ilegal. É preciso adotar políticas públicas para coibir essas ações”, afirmou à IPS.
O aumento da temperatura de um grau centígrado já é perceptível em toda a Amazônia, admitiu Nobre. “O IPCC afirma que os extremos que estão ocorrendo na selva já podem ser indícios da mudança climática. Em dez anos houve duas fortes secas e três períodos de chuva excessiva, o que já pode ser um reflexo das mudanças”, acrescentou. Nobre disse também que as precipitações poderão se concentrar no oeste da bacia amazônica, enquanto o leste deverá sofrer secas prolongadas e, possivelmente, mudar seus ecossistemas de florestas tropicais para o de savana.
A relatora especial das Nações Unidas sobre os direitos dos povos indígenas, Victoria Tauli-Corpuz, também expressou, durante a conferência científica de Paris, seu temor pelo avanço dos grandes projetos de infraestrutura perto dos territórios originários. “Estou muito preocupada com as obras na Amazônia, porque podem violar os direitos dos povos”, declarou.
Tauli-Corpuz afirmou que se deve considerar o conhecimento tradicional dos povos indígenas no momento de definir estratégias e ações para adaptação às mudanças do clima. “Os indígenas contribuem significativamente com a manutenção dos ecossistemas, e agora podem apresentar soluções para os problemas que enfrentamos. Seus conhecimentos podem permitir que nos adaptemos às mudanças que estão ocorrendo”, pontuou à IPS.

Segundo a relatora, o reconhecimento dos direitos indígenas e de suas terras se estende também à sua capacidade de ajudar a enfrentar desafios da mudança climática. “Eles são os mais vulneráveis à mudança climática, pois vivem em ecossistemas frágeis. E não estão sendo considerados pela ciência”, assegurou. Envolverde/IPS/Utopia Sustentável

quinta-feira, 5 de março de 2015

Desastres custam ao mundo até US$ 300 bilhões ao ano em perdas




Imagem: OMM
Imagem: OMM
Informação está em relatório sobre redução do Risco de Desastres; 3ª Conferência Mundial da ONU sobre o tema começa dia 14 de março, em Sendai, no Japão; Brasil é citado pelo “desenvolvimento urbano desigual”.
A cada ano, desastres custam ao mundo, em média, entre US$ 250 bilhões e US$ 300 bilhões, em perdas. O valor equivale a cerca de R$ 725 bilhões a R$ 870 bilhões.
A informação está no Relatório de Avaliação Global 2015 sobre Redução do Risco de Desastres, lançado nesta quarta-feira.
Pobres
Durante o evento, o secretário-geral da ONU afirmou que este valor “afeta a habilidade de governos de fornecer serviços básicos” e “desvia fundos de infraestrutura fundamental”, além de impactar de forma negativa negócios e empregos.
Segundo Ban Ki-moon, “os mais pobres são os mais atingidos” quando ocorrem catástrofes.
Brasil
O Brasil é citado diversas vezes no relatório. Uma das questões mencionandas é o “desenvolvimento urbano desigual” através dos anos e a especulação imobiliária.
O documento menciona uma “construção social do risco de desastre ao longo do tempo”. Segundo a publicação, diversas áreas metropolitanas no Brasil, incluindo Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo têm mais de um milhão de moradias informais. Destas, quase 60% estão localizadas em encostas.
O relatório menciona que em janeiro de 2011, no Rio de Janeiro, enchentes e deslizamentos de terra causaram mais de 900 mortes. Mais de 300 mil pessoas foram diretamente afetadas em apenas sete municípios e as perdas econômicas chegaram a US$ 1,8 bilhão, ou cerca de R$ 5,2 bilhões.
Segundo o documento, isto mudou a forma como o Brasil agora aborda a questão da redução do risco de desastres e citou a criação do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, Cemaden.
Mortes
Ban Ki-moon afirmou ainda que os desastres naturais causam mais mortes em países pobres: nações de rendas baixa e média sofrem quase 90% das fatalidades. Ban afirmou que esse é o momento de agir e que a redução do risco de desastres salva vidas e reduz perdas.
O secretário-geral saudou o enfoque do relatório em “tornar o desenvolvimento sustentável”. Segundo ele, o documento mostra como o investimento na prevenção dos riscos gera altos dividendos e salva vidas, além de traçar um caminho para um futuro mais resiliente nesta questão.
Conferência Mundial
O chefe da ONU destacou a 3ª Conferência Mundial da ONU sobre Redução de Risco de Desastres que começa em 14 de março em Sendai, no Japão.
Segundo Ban, “sustentabilidade começa em Sendai” e esta é uma “jornada para alcançar uma vida de dignidade para todos”.
O secretário-geral mencionou ainda outros eventos que acontecem este ano. Ele citou conferência de financiamento para o desenvolvimento, em julho, em Adis Abeba; disse que em setembro líderes mundiais se reunirão em Nova York para adotar a agenda pós-2015 de desenvolvimento sustentável e falou que o ano deve terminar em dezembro, em Paris, com um “novo e significativo acordo universal sobre clima”.
Mudança Climática
Segundo o relatório lançado nesta quarta-feira, em muitos países as mudanças climáticas estão aumentando os riscos e o custo dos desastres.
No Caribe, por exemplo, a projeção é de que a média anual de perdas associadas com ciclones tropicais suba até US$ 1,4 bilhão, ou o equivalente a cerca de R$ 4 bilhões, até 2050.
Para pequenos Estados insulares em desenvolvimento, as perdas futuras esperadas por conta de desastres não são apenas muito altas, mas representariam uma ameaça existencial. Ao mesmo tempo, secas causadas pela mudança climática estão afetando a produção de milho em países como Malaui, Níger e Quênia. O Produto Interno Bruto, PIB, destas nações depende da agricultura.
Investimento
De acordo com o relatório, um investimento global anual de US$ 6 bilhões, ou cerca de R$ 17 bilhões, em estratégias de gestão de risco de desastres poderia gerar benefícios de US$ 360 bilhões em termos de redução de riscos.
Segundo o documento, “para muitos países, um pequeno investimento adicional pode fazer uma diferença crucial na realização das metas nacionais e internacionais de erradicação da pobreza, melhora na saúde e educação e garantia de um crescimento sustentável e equitativo”.
O documento destaca que mais preciso ser feito em termos de prevenção e para incorporar a redução do risco de desastres na agenda de desenvolvimento pós-2015.Rádio ONU/Utopia Sustentável.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

A rota para uma mudança climática imprevisível




shutterstock tecnologia A rota para uma mudança climática imprevisível
Foto: http://www.shutterstock.com/
Estamos diante de duas crises em escala planetária: mudanças climáticas e extinção de espécies. Nossos atuais modos de produção e consumo, que começaram com a Revolução Industrial e se agravaram com advento da agricultura industrial têm contribuído para ambas.
Se não forem tomadas medidas para reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), podemos experimentar um catastrófico aumento de 4°C na temperatura até o final do século. Mas a mudança climática não causa apenas o aquecimento global. Ela está intensificando as secas, inundações, ciclones e outros eventos climáticos extremos, como testemunhamos em diversas partes do mundo.
Nunca tínhamos ultrapassado as 280 ppm (partes por milhão) até a Revolução Industrial e os atuais níveis de CO2 (dióxido de carbono) ultrapassaram as 400 ppm. O óxido nitroso (N2O) e o metano são GEE, como o CO2, só que mais potentes. De acordo com o Relatório da Convenção sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), o N2O tem cerca de 300 vezes mais potencial para causar o aquecimento global do que o CO2, enquanto que o metano é em torno de 20 vezes mais forte.
As emissões de óxido nitroso e de metano aumentaram dramaticamente devido à agricultura industrial. O óxido nitroso é emitido através do uso de fertilizantes nitrogenados sintéticos e o metano é emitido a partir das atividades pecuárias que produzem leite, carne e ovos.
A Conferência da Organização das Nações Unidas de Leipzig sobre os Recursos Fitogenéticos, em 1995, avaliou que 75 por cento da biodiversidade do mundo havia desaparecido na agricultura devido à chamada Revolução Verde (programa da Fundação Rockefeller liderado pelo agrônomo estadunidense Norman Ernest Borlaug) e ao advento da agricultura industrial. O desaparecimento de polinizadores e organismos benéficos ao solo é outra dimensão da erosão da biodiversidade devido à agricultura industrial.
Mudanças climáticas, agricultura e biodiversidade estão intimamente ligadas. O avanço das monoculturas e aumento no uso de fertilizantes químicos, combinados com a destruição de hábitats, têm contribuído para a perda da biodiversidade, que faria o sequestro de gases de Efeito Estufa.
Monoculturas químicas, mais vulneráveis ao fracasso no contexto de um clima instável, não são sistemas nos quais podemos confiar para garantir alimentos em tempos de incerteza. O processo de adaptação às alterações climáticas imprevisíveis requer diversidade em todos os níveis e, sistemas biodiversos não são apenas mais resistentes às mudanças climáticas, como também mais produtivos em termos de nutrição por hectare.
A humanidade estava informada e não adotou medidas destinadas a evitar às crises do clima e da biodiversidade. Na RIO-92, a comunidade internacional assinou dois acordos juridicamente vinculativos: as Convenções sobre o Clima e Biodiversidade; ambas embasadas no conhecimento das ciências ambientais e nos crescentes movimentos ecológicos. Um deles foi a resposta científica ao impacto da poluição dos combustíveis fósseis, o outro foi a resposta científica à erosão da biodiversidade devido à propagação de monoculturas industriais e químicas, bem como à poluição genética causada por organismos geneticamente modificados (OGM).
O Artigo 19.3 da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica prevê que as partes considerem a necessidade de um Protocolo que estabeleça procedimentos para a transferência, manipulação e uso de organismos vivos modificados (OVMs) resultantes da biotecnologia que possam ter um efeito adverso sobre a biodiversidade e seus componentes. Isto levou à implementação do Protocolo de Biossegurança.
A biossegurança cientificamente avalia o impacto dos organismos geneticamente modificados sobre o ambiente, a saúde pública e as condições socioeconômicas, garantindo a sustentabilidade social e ecológica de sistemas agrícolas e alimentares. Os sistemas baseados na agroecologia conservam a biodiversidade, aumentam a saúde e a nutrição por área de cultivo, garantem a segurança alimentar e aumentam a resiliência ao clima.
Mas, desde 1992, os grandes poluidores – a indústria de combustíveis fósseis e a indústria agroquímica (que é agora também a indústria da biotecnologia) – fizeram todo o possível para subverter os tratados ambientais internacionais sobre mudanças climáticas e biodiversidade, que são obrigatórios e embasados cientificamente. Porém, seus ataques às ciências ambientais se mantêm sem o necessário embasamento científico e são absolutamente irresponsáveis, porque eles nos jogam diretamente nos desastres e catástrofes climáticas enquanto impedem a realização de uma mudança, apesar de evidências científicas mostrarem que temos alternativas melhores e que funcionam.
Temos que nos afastar de uma agricultura industrial quimicamente-intensiva e do sistema alimentar global centralizado, baseado na produção de commodities, que contribui para as emissões. No lugar de uma biodiversidade destruída pelas monoculturas industriais, incluindo aquelas baseadas em sementes transgênicas, precisamos de uma mudança para práticas agroecológicas que conservem a biodiversidade e garantam a biossegurança. A transição para uma agricultura biodiversamente-intensiva e ecologicamente-intensiva aborda simultaneamente tanto a crise climática quanto a da biodiversidade, e, ao mesmo tempo, enfrenta a crise alimentar.
Embora a agricultura industrial seja um dos principais contribuidores às mudanças climáticas e mais vulnerável a elas, há uma tentativa por parte da indústria da biotecnologia de usar a crise climática como uma oportunidade para expandir ainda mais o uso de OGMs e aprofundar o seu monopólio das sementes baseadas na biopirataria através de patentes, em detrimento das sementes resilientes ao clima que foram aprimoradas pelos agricultores ao longo de gerações.
Mas, como disse Einstein: “Nós não podemos resolver um problema com a mesma mentalidade que o criou”. Sistemas intensivos, centralizados, baseados na monocultura e em combustíveis fósseis, incluindo agricultura OGM, não são flexíveis. Eles não conseguem se adaptar e evoluir. Precisamos de flexibilidade, resiliência e adaptação para uma nova realidade. Esta resiliência vem da diversidade. Esta diversidade de conhecimento, economia e política é o que eu chamo de Democracia da Terra.
Nossa vizinha, Caxemira, enfrentou uma tragédia este ano, assim como Uttarakhand, na Índia, viveu no ano passado. Quando a chuva de um dia possui cinco a seis vezes mais volume do que o normal, é um evento extremo. Isto é o que significa a mudança climática. Ela custou vidas, dizimou vilas, fazendas, estradas, pontes. As atividades humanas criaram desastres como o dilúvio na Caxemira. A ação humana é necessária para prevenir essas catástrofes climáticas. Não podemos ficar como espectadores mudos enquanto o paraíso da Índia na terra torna-se o “Paraíso Perdido”. Eco21/Utopia Sustentável.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Jovens são parte essencial na luta contra as mudanças climáticas




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Foto: Shutterstock

Em dezembro, a cidade de Lima, no Peru, recebe mais uma edição da Conferências das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – a COP20. No encontro, negociadores representantes de 193 países voltam a debater os rumos de um novo tratado com medidas a curto, médio e longo prazo para frear as emissões de gases de efeito estufa – GEE – os causadores do problema do clima.
O Brasil, mais uma vez marca presença com um papel de destaque, já que hoje o país figura entre os 10 maiores emissores do planeta. No entanto, a participação juvenil nesses espaços ainda é pequena, o que faz com que a delegação brasileira seja basicamente compostas por representantes de governos e empresas, preocupados com os impactos diretos que as decisões tomadas na COP podem causar na economia e nos modelos de produção.
Para mudar esse cenário da participação brasileira nas COPs, o Engajamundo tem feito capacitações para acompanhar as conferências internacionais, ficar de olho em tudo o que o governo assina nesses espaços (o que não é pouca coisa) e trabalhar com lobby e advocacy na intenção de cobrar que os governantes coloquem em prática o que assumiram no exterior e levem em conta o ponto de vista da juventude.
Além das capacitações, A ONG está planejando levar sua equipe para Lima para representar a juventude nas negociações. Para isso, criou uma campanha de crowdfunding para alcançar a meta de levar uma delegação de 12 jovens à COP20. Envolverde/Utopia Sustentável

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Mudanças climáticas e educação




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Foto: Shutterstock
Sinais de como as mudanças climáticas têm afetado diretamente o clima e a vida no Brasil já são evidentes. Vivemos atualmente uma crise de água sem precedentes na história de São Paulo. As causas podem ser várias, desde a falta de planejamento até a escassez de chuva. Indicadores oficiais acusam um aumento do desmatamento da Amazônia já previsível desde a aprovação do novo código Florestal. Cientistas demonstram de forma contundente a relação entre o desmatamento da Amazônia e maior seca na região sudeste.
A crise vivenciada pela sociedade contemporânea é para muitos uma crise civilizatória, que exige um cuidado urgente diante das agressões à natureza provocadas pelo desenvolvimento moderno. Ao mesmo tempo é visível a necessidade de se impor limites a esse crescimento que até agora tem afetado tanto a preservação do planeta Terra.
Nesse contexto, coloca-se a interdependência visceral entre as pessoas e entre elas e o meio ambiente, pois somente por meio de um olhar sistêmico podemos entender como essas relações afetam as comunidades, o lugar de trabalho, o sistema educacional, as famílias e os indivíduos. Essa é uma visão que implica uma responsabilidade pessoal e social em relação ao meio ambiente e a um futuro sustentável, para que as próximas gerações tenham uma vida digna e de bem-estar no planeta.
A educação hoje joga um papel fundamental nessa concepção em que as fronteiras entre a educação formal, não formal e informal são muito tênues. A escola pode ser um centro irradiador que possibilite conexões e articulações de espaços e tempos educativos nos territórios e nas cidades como um todo.
Trata-se da exigência de um pensamento transversal na construção colaborativa do conhecimento, que implica uma educação aberta ao cotidiano do mundo ao mesmo tempo em que se conecta de forma global às questões contemporâneas.
Diversos exemplos de práticas educativas ligadas à construção de hortas, a resíduos sólidos e a projetos de intervenção nas comunidades multiplicam-se pelo país. Mas, para além das práticas que balizam um fazer na escola e na comunidade, é importante ter como eixo norteador os princípios e parâmetros da Carta da Terra: cuidar de si, do outro, do entorno e, consequentemente, do planeta para alcançarmos uma vida digna e de bem-estar.
Nesse sentido, a saúde deixa de ter como foco a doença para ser pensada pelo cuidado da alimentação, das atividades físicas, das condições de saneamento e das questões afetivas e espirituais. O zelo com o planeta pressupõe o cuidado inicial consigo mesmo e com a comunidade para que possamos chegar a um entendimento da interdependência entre todas essas partes e conexões.Neca Setubal é educadora, fundadora do Cenpec e da Fundação Tide Setubal. site EcoD.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Al Gore dará treinamento gratuito sobre mudanças climáticas no Brasil





No próximo mês, o Rio de Janeiro receberá o ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, que virá especialmente para o 26º Treinamento de Lideranças em Mudanças Climáticas, iniciativa do Climate Reality Project – organização fundada por ele.
O programa faz parte da rede global de ativistas Climate Reality Leadership Corps e terá sua primeira edição na América do Sul. O treinamento será oferecido gratuitamente e é destinado a um público diverso de lideranças estudantis, empresariais e da sociedade civil.
A ideia é capacitar os líderes brasileiros para que eles saibam como agir diante das questões climáticas. Para isso, a programação vai incluir um dia de treinamento com Al Gore, que também é premiado por seu documentário “Uma Verdade Inconveniente”, em que os participantes terão a chance de entender a discussão global sobre o tema com foco em comunicação e desenvolvimento de soluções locais para o fenômeno.
Além disso, os palestrantes irão expor suas visões e estratégias para um futuro sustentável e o papel da sociedade civil neste processo. O evento tem parceria com a organização Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, faça sua inscrição aqui até a próxima sexta-feira (10). A inscrição não inclui gastos com despesas, como viagem e hospedagem na cidade carioca. Para mais informações, acesse aqui.
Redação CicloVivo

sábado, 10 de maio de 2014

Se você tem ideias inovadoras para reverter as mudanças climáticas, a COP 20 quer adotar você!




adopt negotiator 550 Se você tem ideias inovadoras para reverter as mudanças climáticas, a COP 20 quer adotar você!

Se você é interessado em mudanças climáticas e quer que o mundo ouça o que você tem a dizer, a “The Global Call for Climate Action” (Campanha Global de Ações pelo Clima) está à procura de jovens, jornalistas, blogueiros inovadores, escritores, ativistas e criativos para participar da “Adopt a Negotiator Fellows for 2014” (Adote um Negociador Companheiro para 2014).
Quem se dispuser, deve ser surpreendente ao ponto de inspirar os governantes a tomarem medidas significativas para nos proteger dos impactos da alterações no clima. Eles vão participar de uma equipe de ativistas apaixonados, dedicados e talentosos de todo o mundo.
Todos os candidatos pré-selecionados terão a chance de mostrar suas habilidades na preparação para a próxima Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 20), que será realizada no Peru, em novembro de 2014. Eles terão oportunidades de formação com alguns dos melhores comunicadores de mudança climática do mundo, ativistas e uma rede de apoio para ajudá-los. Se selecionado, o participante viajará para Lima como membro oficial financiado pela da equipe do Adopt a Negotiator’s – Negotiator Tracker.
A organização quer construir uma das mais dinâmicas, diversificadas e inovadoras equipes de mídia de coberturas de negociações climáticas. A Convenção – Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas – CQNUMC negocia um tratado global para 2015, por isso é importante que o evento desse ano seja bem-sucedido. Quer saber como participar, acesse aqui.  * Publicado originalmente pelo Forest Comunicação e retirado do site Mercado Ético.