quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Agro é o cacete

O agronegócio representa 23% do PIB nacional, com R$1,1 trilhão em negócios.  Nem por isso, justifica a descarada propaganda patrocinada pela Rede Globo, em junho e julho, em favor dos ruralistas.

Sabemos que várias das plantações do “Agro”, algodão, milho, fumo e soja, por exemplo, são campeãs do uso de agrotóxicos. 

É notório que o uso prolongado de agrotóxicos destrói a biodiversidade local e desequilibra o ambiente natural, tornando o ambiente propício ao surgimento de elevadas populações de insetos e doenças, pois é dependente da química e funciona à base de muito veneno.

Por sua vez, cada vez mais forte, a bancada ruralista ocupa quase 50% do Congresso brasileiro, onde atua constantemente tentando o que chamamos de, legalizar a contaminação, seja através do governo e/ou órgãos reguladores, e dificultando processos de fiscalização. 

Por outro lado, o elo da criminosa cadeia se fecha através do financiamento de campanhas eleitorais por parte da indústria química.  Tal política, batizada de “uma mão lava a outra”, permite o absurdo consentimento do uso, por nossos congressistas através da aprovação de leis, de agrotóxicos banidos em várias partes do mundo, o que coloca em risco nossa população.

Hoje, temos o triste título de país que mais consome agrotóxicos per capita no mundo, com cerca de 5,2 litros/ano ou catorze latinhas de cerveja.  Nada mal, veneno na veia, o que causa, além de problemas neurológicos, má formação fetal, câncer em abundância e mortes. 

Mas o que era o casamento perfeito, o capital financeiro com o latifúndio, ganhou agora um terceiro e poderoso parceiro: a mídia. Como nesse negócio não existem bobos nem serviços “0800”, é lógico que a toda poderosa Globo bancar, em horário nobre, uma peça publicitária caríssima, sobre um dos setores mais importantes do Brasil, não pode ser normal.  Ou é pagamento por serviços prestados ou a prestar. Para maiores esclarecimentos, assistam ao documentário "O Veneno está na Mesa", do cineasta Silvio Tendler.

A única certeza é que, longe de ser “Tudo, Tech e Pop”, o AGRO também é “Câncer, Tóxico e a Morte”.

Abraços Sustentáveis

Odilon de Barros

2 comentários:

O desiludido disse...

E pra fazer efervecer ainda mais o caldeirão, tramita pelo nocivo Parlamento brasileiro a proposta que implode a Licença Ambiental. República das e dos Bananas!!!

Anônimo disse...

Tirou do meu inconsciente o que eu não conseguia por no consciente para expressar esse assunto.

Logo que vi a campanha eu pensei no mesmo.