segunda-feira, 4 de julho de 2016

Cunha precisa ficar só



A visita de Cunha ao vice em exercício, fez lembrar frase do ex-presidente Collor conclamando a população a ir para as ruas vestida de verde e amarelo.  Na ocasião ele bradou: “Não me deixem só”.  E todos foram às ruas de preto naquela manhã de  domingo.  Iniciava ali, de forma oficial, sua derrocada.  

Temer não recusará jamais um encontro com Cunha porque o teme, é seu refém, está em suas mãos. Temer tenta alongar o jogo acreditando em um milagre.  Sabe que está em uma encruzilhada: Se lhe salvar o mandato perde a governabilidade, o congresso e a já fraquíssima opinião pública a seu favor, se não o atender, se for cassado e preso, Cunha tem potencial para derrubar a república, que dirá o impostor. Ou seja, qualquer que seja a opção, a tendência é que não suporte até 2018.

Dilma não tem condições políticas de retomar seu mandato.  Temer pode até ver aprovado o processo de impeachment no senado mas também não terá paz, sua pauta  não deixará de ser política.  Ou policial. 

Isso ocorrerá se as delações de Marcelo Odebrecht, Léo Pinheiro e quiçá, Kakay, o advogado dos principais figurões da República, que segundo o blog do Moreno está sendo investigado,  vierem à tona até o impeachment.




Para o Brasil, o melhor, mais econômico e menos sofrido para a sociedade - e uma saída “honrosa” para ambos, Dilma e Temer -, seria a cassação da chapa.  Porém, essa hipótese é improvável diante do parcial Gilmar Mendes, presidente do TSE, comandando o processo.

Com isso, a presidente do STF que assume em setembro, ministra Carmem Lúcia, entraria com a tarefa de unificar o país e convocar eleições em noventa dias. 

Poderia ser o início do tão sonhado Pacto ou Concertação Social, uma luz no fim do túnel. Pauta Brasil: força para a Lava Jato, aprovação das 10 medidas anticorrupção, reforma política com medidas que deem mínimas condições de governabilidade ao próximo governante, enfim, um bom início.

Enquanto isso, vou seguir torcendo e cantando Vanessa da Mata...

Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz
Não me deixe só
Tenho desejos maiores
Não me deixe só
Que o meu destino é raro
Eu não preciso que seja caro
Não me deixe só
Que eu saio na capoeira
Sou perigosa, sou macumbeira
Ah ah.ah ah ah ah ah aah
Ah ah.ah ah ah ah ah aah
Ah ah.ah ah ah ah ah aah

Abraços Sustentáveis

Odilon de Barros




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