quinta-feira, 30 de junho de 2016

Banânia ou Brasil ?


A cassação ou não de Eduardo Cunha, que pode ocorrer nos próximos dias, definirá os rumos do combate à corrupção iniciado a partir da despretensiosa Operação Lava Jato, em 2014.

Travada no palco do Congresso Nacional, a batalha para cassá-lo se dá entre a oligarquia que sempre ditou os rumos do país desde 1500, e nossa sociedade, vassala e sempre habituada a ceder aos interesses de uma minoria que não se cansa de acumular. 

Por isso, a possibilidade que se abre com sua saída (e futura prisão), é de que tudo, literalmente tudo, poderá ocorrer a partir daí. 

Mesmo que mais divulgados pela mídia, os níveis de malfeitos praticados contra o estado brasileiro estão insuportáveis, o que remete à afirmação do ministro Barroso, do STF, de que o “sistema punitivo brasileiro não funciona para os ricos”, o que é muito ruim. 


A cassação de Cunha pode vir a simbolizar romper com o status quo reinante, a barreira do inimaginável para as elites e a sociedade brasileira, que nunca estiveram tão perto de transpor esse marco.  Ruim para as elites, ótimo para nós.

Temer e quadrilha sabem da importância (e do perigo) do atual momento.  Cunha, sem nada temer o tem nas mãos e sabe que a única chance de não ser preso é safar-se da cassação.  O enredo está posto e nos dois a sociedade está à margem.  A única coisa que fugiria ao controle de ambos, momentaneamente, é se Moro fosse um juiz imparcial e engaiolasse, já, Cláudia Cruz.

Por isso o desespero do interino, que mesmo sabendo do quanto é escandaloso continuar a encontrar-se com um duplo réu na calada da noite, permanece a tramar para livrá-lo no covil do Jaburu. 

A sociedade torce por esse abraço de afogados.  A linha tênue entre o abismo e a esperança é o que vai determinar entrarmos definitivamente para o rol de países sérios ou nos refundarmos como Banânia.  As ruas podem lhes ajudar a entender.

Viva o Brasil, será?

Odilon de Barros


Um comentário:

Elisabeth de Souza Nunes disse...

Obrigada por me manter informada sobre a nossa Banania. Você escreve muito bem! Parabéns