quinta-feira, 2 de junho de 2016

Governo sem vergonha, povo sem vergonha. O dia que Temer virou Temer.



Tivesse um pouco de vergonha na cara, Henrique Meireles entregaria, hoje, sua carta de demissão a Temer. 

Tivéssemos um pouco de vergonha na cara, nossa sociedade não sairia das ruas enquanto não visse revogados todos os atos aprovados na data de ontem.

Infelizmente nenhum dos dois atos assistiremos, mas uma coisa é certa: o governo interino acabou ontem com a aprovação de 14 projetos de lei, um pacote de bondades que juntos somam, por baixo, R$ 58 bilhões. 

Aumentos generalizados a 38 carreiras de Estado, gratificações de desempenho a inativos, incorporação de servidores cedidos, sem concurso, com ganhos reais de 400%, e criação de 11,5 mil empregos quando o interino havia prometido fechar 4 mil cargos comissionados (dados do blog de Josias de Souza).   Escárnio!!!

Cinismo, compra indireta de apoio, discursos dúbios e hipócritas, certeza que a patuleia não tem por hábito a cobrança ou tudo junto e misturado?



Esse verdadeiro swing do Executivo com o Judiciário e o Legislativo, regado a dinheiro público, tendo como “Puta” a sociedade brasileira, ocorre exatos sete dias após discurso reverberado pela mídia feito pelo (futuro–ex) Ministro da Fazenda, que afirmou com todas as letras ser necessário um duro ajuste fiscal, remédio amargo para equilibrar os gastos.  Pura cascata. 

Não vi, também, nenhum editorial da grande mídia chamar de irresponsáveis tais medidas. Alô Miriam Leitão, alô Merval, alô Regina Aloprada, cadê vocês e o jornalismo imparcial da Globo? Alô Folha, Estadão e Veja.  Cambada de paus-mandados!!!

Com tudo isso, impossível negar o entrelaçamento dos vários atores envolvidos na conspiração para retirada do poder de uma presidenta eleita com 54 milhões de votos. Triste povo, triste país que não consegue se desvencilhar das amarras retrógradas de um passado que nunca acaba.  Tenho pena de nossos filhos e netos que vivem - parafraseando Marcelo Rubens Paiva - nessa merda.  Nossas oligarquias são o que de pior pode existir.

Desculpem, mas era preciso amainar a raiva e desopilar o fígado.

Ah, esqueci, Fora Temer!!!


Abraços Sustentáveis

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