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terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Brasileiro desenvolve sistema natural para tratamento de esgoto





Um dos grandes problemas de áreas rurais por todo o país é a falta de acesso a sistemas de tratamento de esgoto. Em consequência disso, muitas comunidades acabam despejando dejetos sem tratamento em áreas de mananciais. Diante desta dificuldade, o engenheiro ambiental Jonas Rodrigo dos Santos desenvolveu um sistema natural, que retira a maior parte das impurezas e evita a contaminação da água.
A experiência foi feita em Capanema, na área rural do Paraná, e o sistema foi tão bem sucedido que recebeu destaque em um dos concursos realizados pela Agência Nacional de Águas (ANA). A situação do local é semelhante à de muitas regiões brasileiras que não estão conectadas às redes de distribuição de água e não possuem qualquer estrutura para o saneamento básico.
Antes da instalação do sistema, todos os esgotos e dejetos produzidos na propriedade do sr. Denilson José dos Santos eram despejados em uma fossa negra sem qualquer tratamento. De acordo com o engenheiro responsável pelo projeto, o reservatório não possuía isolamento ou contenção. Em consequência, os resíduos contaminavam o solo, os recursos hídricos e ainda colaboravam para o desenvolvimento de vetores.
Com a instalação da pequena central de tratamento, os dejetos humanos e de 12 suínos pertencentes à propriedade passaram a ser tratados. O sistema conta com cinco fases de limpeza: fossa séptica e tanque de zona de raízes, que é dividido em filtro de pedras grossas, filtro de pedra brita, filtro de pedrisco e carvão ativado. Para potencializar ainda mais o processo, foram utilizadas plantas para a purificação, como bananeiras e taiobas.
Os resultados obtidos foram satisfatórios. Após passar pelo processo de limpeza, a água residual alcançou um nível alto de qualidade. Ao chegar no sistema o efluente possuía 8.381 miligramas de material sólido por litro. Ao final do tratamento eram apenas 170 miligramas por litro. A quantidade de fósforo, amônia e coliformes termotolerantes também foram mínimas.

Foto: Arquivo pessoal/Jonas Rodrigo dos Santos
Conforme apresentado pelo engenheiro, a capacidade de purificação obtida pelo sistema foi altamente eficiente. Após passar pelo processo, o engenheiro garante que o efluente final pode ser liberado em rios, córregos ou lagos, sem causar contaminação, pois as suas qualidades são muito semelhantes a das águas dos mananciais. Outro diferencial do sistema é a sua aparência. Semelhante a um jardim, ele pode facilmente ser integrado à paisagem local.
O engenheiro responsável pelo projeto está disponível para dar mais informações sobre o sistema através do e-mail: jr.eng.ambiental@hotmail.com CicloVivo/Utopia Sustentável

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Pesquisa mostra que brasileiro se preocupa com meio ambiente e cobra papel do governo





Além do futebol, o brasileiro acaba de revelar que tem outra paixão. Uma pesquisa nacional encomendada pelo WWF-Brasil aponta que a maior parte da população tem um forte sentimento de orgulho pelo meio ambiente e as riquezas naturais do país. A maioria sabe da importância das áreas protegidas para o bem estar humano e acha que a natureza não está sendo tão bem cuidada como deveria. Os resultados foram apresentados esta semana em Sidney, na Austrália, durante o Congresso Mundial de Parques.
A pesquisa feita pelo Ibope durante a segunda quinzena de outubro com cerca de duas mil pessoas em todas as regiões, buscou entender como a população brasileira se relaciona com as unidades de conservação, como parques, reservas e outras áreas protegidas.
Os dados mostram que 58% dos entrevistados têm no meio ambiente um motivo de brasilidade. Esse mesmo sentimento faz bater o coração de 37% da população quando o tema é diversidade cultural, e 30% afirmam que têm no esporte a razão para exaltar sua brasilidade.
O brasileiro também está ciente do papel das áreas protegidas para o bem estar de todos. Entre os entrevistados, 65% afirmaram que a proteção da fauna e da flora é um dos benefícios dessas áreas.

Foto:©iStock/Filipefrazao
A população também sabe que proteger o meio ambiente significa garantir a proteção das nascentes, represas e rios, as principais reservas de água para o consumo humano. Essa relação está clara para 55% dos que responderam à pesquisa.
Para 48% dos pesquisados, as áreas protegidas ajudam a melhorar a qualidade do ar; 34% identificam nesses locais uma oportunidade para o descanso e o lazer e 25% enxergam perspectivas econômicas a partir da conservação do meio ambiente.
"O que a pesquisa deixa claro é que há um descompasso entre as políticas públicas de meio ambiente no Brasil e os anseios da população. Apesar do apreço que o brasileiro tem pelas áreas naturais, da importância delas na vida cotidiana das pessoas, esse tema não é uma prioridade nacional do ponto de vista dos governos", afirma Maria Cecília Wey de Brito, CEO do WWF-Brasil.
Exemplo disso, diz ela, é o fato de que no recente debate eleitoral, o tema ambiental ficou na escuridão. "E foi isso que nos inspirou a fazer a pesquisa. Achamos que os políticos ainda não percebem o quanto o meio ambiente pode beneficiar o país. E o pior: não são capazes de perceber que a proteção ambiental é uma expectativa nacional."
Segundo a CEO, as áreas protegidas ajudam a conservar a água que abastece desde a agricultura até o consumo doméstico. As florestas e outros ecossistemas também colaboram no equilíbrio do clima, no regime de chuvas e fornecem uma diversidade enorme de outros serviços, como matérias-primas para medicamentos, alimentos e cosméticos. Têm, portanto, um papel econômico que ainda não está sendo considerado.

Foto: ©iStock/FernandoAH
"Será que vamos ter de sofrer outra crise como a da água em São Paulo para começar a dar valor à conservação do meio ambiente?", pergunta Wey de Brito. Segundo ela, a resposta dada pelo governo de São Paulo na questão hídrica foram obras que gastarão R$ 3,5 bilhões. "E não vai nada para a conservação dos mananciais. Não está certo".
A falta de atenção com o meio ambiente é uma preocupação do brasileiro que se reflete na pesquisa encomendada pelo WWF-Brasil. De cada dez entrevistados, oito consideram que a natureza não está protegida de forma adequada. Apenas 11% acham que sim.

Foto: ©iStock/Pedarilhos
"De fato, nosso sistema nacional de unidades de conservação nunca esteve tão ameaçado quanto agora. E isso está ocorrendo com anuência do Congresso Nacional por meio de projetos de lei e uma avalanche de pedidos de licença para mineração e construção de grandes obras de infraestrutura", adverte Jean François Timmers, Superintendente de Políticas Públicas do WWF-Brasil.
Todas essas são atividades que podem gerar muito desmatamento. E 27% dos entrevistados veem no corte raso das florestas uma das principais ameaças à natureza. A poluição das águas vem em segundo lugar, com 26%. Caçar e pescar em locais proibidos são motivos de preocupação para 19% dos entrevistados. Outras ameaças apontadas na pesquisa são as grandes obras de infraestrutura e as mudanças climáticas.
E para resolver esse problema nacional, 74% dos entrevistados acham que o governo deve agir em primeiro lugar. Em segundo, são os cidadãos que devem tomar a frente (46%). AS ONGs também foram citadas. Para 20% dos brasileiros ouvidos na pesquisa, essas organizações têm papel importante na hora de cuidar das unidades de conservação.
"Precisamos de um pacto amplo, que envolva todos os setores, para mudar o cenário atual e posicionar a conservação da natureza e as áreas protegidas como prioridades reais na agenda do governo nos próximos quatro anos", afirma Timmers. "Não dá mais para esperar, os resultados dessa negligência estão batendo à nossa porta".