quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Países mais vulneráveis pedem ações urgentes e eficazes


Os atrasos na elaboração de uma política nacional contra a mudança climática no Malawi estão afetando milhões de pessoas que vivem nas áreas mais sensíveis dessa nação do sul africano. Foto: Cortesia da Sociedade da Cruz Vermelha do Malawi
Os atrasos na elaboração de uma política nacional contra a mudança climática no Malawi estão afetando milhões de pessoas que vivem nas áreas mais sensíveis dessa nação do sul africano. Foto: Cortesia da Sociedade da Cruz Vermelha do Malawi

Líderes de territórios ameaçados pelo avanço do oceano se reuniram na Conferência do Clima, em Paris
Para os participantes da 21ª edição da Conferência do Clima, em Paris, é unânime o desejo de colocar em prática ações efetivas contra o aquecimento global. Não foi por outra razão que para cá se dirigiram os mais importantes líderes mundiais.
Deter o aumento da temperatura do planeta em 2°C já constitui um imenso desafio. Mas se é o sonho da maioria, para outro países mesmo isso é um pesadelo.
Acompanhamos o encontro dos chamados países mais vulneráveis às mudanças climáticas. Entre eles, muitos dos países-ilhas ou que possuem faixas litorâneas que já sofrem as consequências do aquecimento global: Barbados, Costa Rica, Madagascar, Fiji e Filipinas, entre outros (esse último possuidor de 2.400 ilhas que serão dramaticamente afetadas pelo aumento no nível dos oceanos).
O que será negociado na Conferência do Clima em Paris?
Quem abriu a reunião foi justamente o presidente filipino Benigno S. Aquino III, que alertou para a necessidade de união na busca por ações mais severas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Também estavam presentes Christiana Figueres, Secretária-Executiva das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas, e Mary Robinson, ex-presidente da Irlanda e Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, deixando clara a relação entre a questão climática e os direitos humanos, principalmente porque a maioria das ilhas presentes no encontro possuem grande população litorânea. As representantes das Nações Unidas lembraram a fala do secretário-geral Ban Ki Moon, ressaltando que atualmente 3 em cada 4 desastres humanitários estão diretamente ligados às mudanças climáticas.
O ministro de meio ambiente e energia da Costa Rica, Edgar Gutierrez, destacou que muitos países e, especialmente suas mulheres e crianças, vão sofrer com o constante aumento da temperatura. Ele afirmou ainda que a maioria desses países têm pouco a contribuir isoladamente, porque suas emissões de gases estufa são marginais.
Caso os maiores emissores não ajam de maneira mais contundente, muitos desses países irão desaparecer e as populações litorâneas afetadas pelo aumento no nível dos oceanos devem se somar às atuais crises migratórias (Síria, Afeganistão, países africanos).
Esperemos que o apelo dessas nações não necessite de ações extremas como a ocorrida na COP-15, em 2009, quando a ilha de Tuvalu interrompeu as negociações climáticas porque estava sendo fechado um acordo que poderia levar ao desaparecimento de seu território.
Os países mais vulneráveis, portanto, pedem que os demais participantes da conferência apoiem a Declaração dos CVF (Countries Vulnerable Forum) com ações mais ambiciosas, eficazes e contribuam para que suas populações (principalmente pequenos produtores rurais, comunidades de pescadores e populações indígenas) sofram menos com as mudanças climáticas. Entre as ações possíveis estão os financiamentos para adaptação de comunidades, transferência tecnológica e capacitação para enfrentar essa nova realidade.
A COP-21 possui uma responsabilidade vital para o futuro da humanidade. Parafraseando nosso dito popular: será preciso desenhar pra que se entenda melhor? Site Época/Envolverde

Nenhum comentário: