sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Alemã doa tudo o que tem e vive há 18 anos sem dinheiro




Você já imaginou viver sem ganhar ou gastar um centavo sequer durante 18 anos? Isso pode parecer impossível, mas não é. Pelo menos, é o que diz a alemã Heidemarie Schwerner. Aos 53 ela deixou o emprego e todos os seus bens para trás e optou por um estilo de vida totalmente diferente, baseado na ideia de se preocupar com um dia de cada vez.
Heidemarie vivia uma vida normal. Ela era casada, tinha dois filhos e dava aulas, além de atuar como psicoterapeuta. Tudo começou a mudar quando ela se separou do marido e mudou com os filhos para Dortmun, na área rural da Alemanha. Ao conhecer melhor a nova cidade, ela descobriu que o local possuía muitos moradores de rua. Isso a incomodou ao ponto de ela decidir encontrar uma forma de ajudá-los a terem uma vida melhor.
Para alcançar este objetivo, a professora criou o Tauschring, um espaço onde qualquer pessoa poderia trocar serviços ou materiais por aquilo que precisavam. Mesmo sem ter nenhuma restrição, o projeto, inicialmente, não foi muito frequentado pelos moradores de rua. Segundo reportagem do site True Activism, eles se sentiam incomodados pelo fato de ela ser uma mulher estudada e estar disponibilizando os seus próprios bens. Por outro lado, haviam muitos aposentados que enxergaram na proposta uma oportunidade para oferecer serviços e conseguirem novas ocupações.
Aos poucos o projeto foi ficando famoso e ganhando mais e mais adeptos. Após os filhos saírem de casa, a alemã ficou sozinha e decidiu que a sua profissão como professora já não a satisfazia. Sem ter mais com quem se preocupar, ela embarcou em uma grande aventura. Heidemarie vendeu o seu apartamento e passou a viver apenas com o que cabia em uma mochila e uma mala de viagem.
Para ter onde dormir e o que comer, ela oferece diversos tipos de serviços, desde lavar pratos e limpar a casa, até fazer companhia para alguém que está sozinho. Hoje, com mais de 70 anos, ela garante que nunca esteve tão feliz. Mesmo sem ter uma renda monetária, Heidemarie viaja muito. Ela explica que as pessoas entram em contato e enviam passagens para que ela fique hospedada em suas casas. A cada dia é uma nova oportunidade. Ao invés de ter medo do que o amanhã reserva, ela diz que tem apenas curiosidade.
A senhora não faz nada em troca de dinheiro e ainda questiona o modelo capitalista. A prova disso veio com o sucesso de três livros escritos por ela, em que a experiência é compartilhada. Toda verba obtida com a comercialização da obra é doada a instituições de caridade. A alemã possui apenas uma poupança com 200 euros para algum caso de emergência, mas nem convênio médico ou seguro saúde ela tem.
Segundo Heidemarie, a experiência inicial deveria durar apenas um ano, fazendo a troca de serviços por moradia e alimentação. Mas, ela não conseguiu mais se livrar disso, o que não foi um problema. Pelo contrário, ela diz que o momento foi uma “libertação”. O estilo de vida da senhora alemã tem inspirado muitas pessoas e deu origem ao documentário: “Vivendo sem dinheiro”. Para ela, não é necessário ter uma renda para viver bem. “O dinheiro nos distrai do que é realmente importante”, diz a alemã no documentário. Ciclovivo/Utopia Sustentável

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