Mostrando postagens com marcador mobilidade. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador mobilidade. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Inscreva uma ideia para melhorar a mobilidade de sua cidade




logo premio1 Inscreva uma ideia para melhorar a mobilidade de sua cidadeMapear e divulgar iniciativas inovadoras e criativas em prol da mobilidade no Brasil. Essa é a finalidade do Prêmio Mobilidade Minuto, iniciativa doInstituto Cidade em Movimento que quer colocar em evidência as ações que visam melhorar a mobilidade nos municípios brasileiros.
Ações de impacto em melhoria dos espaços públicos, transporte público e particular, meios não-motorizados, uso de tecnologia e qualidade da mobilidade são alguns dos temas que podem concorrer ao Prêmio, aberto a pessoas físicas, associações de bairro, ONGs, poder público, empresas e outras organizações de todas as regiões do Brasil.
Como pré-requisito, o Prêmio Mobilidade Minuto exige que a iniciativa já tenha sido implantada – mesmo que de forma experimental ou em pequena escala. Os organizadores pedem também o envio de um vídeo curto que mostre a ideia em ação (pode ser feito pelo celular).
Um júri internacional premiará seis iniciativas, uma de cada categoria: transporte particular; transporte coletivo; modos não-motorizados; qualidade do espaço público da mobilidade; novas alternativas de organização comunitária e do trabalho; tecnologia e comunicação. Uma votação popular também será realizada entre os dias 16 e 26/10.
As inscrições são gratuitas e estão abertas até o dia 15/10. O anúncio dos vencedores acontece no dia 29/10, às 19h30, em cerimônia no Museu da Casa Brasileira (Av. Faria Lima, 2705 – Jardim Paulistano – São Paulo/SP).
E você, tem alguma ideia para melhorar a mobilidade de sua cidade? Então faça um teste e se inscreva no Prêmio Mobilidade Minuto. Portal Aprendiz.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

"Na contramão": Quem vai de bike gasta menos e chega muito mais rápido





Carro na garagem, luvas nas mãos, roupas leves e capacete pronto. É assim que começa mais um dia na vida do engenheiro de software Hélio Costa e Silva. Aos 25 anos o paulista resolveu trocar o automóvel e passar a usar a bicicleta como seu principal meio de transporte. Nove meses depois, o saldo é uma mudança que vai muito além da simples locomoção.
Diariamente o jovem pedala, pelo menos, 22,5 quilômetros. O trajeto entre a casa e o trabalho tem 11,3 km e é percorrido em 35 minutos, mantendo a média de velocidade em 19 km/h, como ele gosta de salientar. Esses não são os únicos números importantes nessa história, mas já são uma demonstração de quão eficiente a bicicleta pode ser, já que no horário de pico um motorista paulistano gasta, em média, 1h45 para cumprir cada trecho de seus deslocamentos, de acordo com pesquisa da Rede Nossa São Paulo.
Quando a pessoa mora na quinta cidade com o pior congestionamento do mundo, o mais óbvio seria considerar o uso do carro uma insanidade. Mas, não é isso o que acontece. Mesmo que outros meios de transporte, entre eles a bicicleta, sejam muito mais eficientes, eles ainda são minoria no trânsito e há quem ache que colocar uma bike na rua seja perigoso. “Quando falei pros meus pais que iria de bicicleta, eles basicamente me chamaram de louco - que iria morrer; que isso é perigoso; só funciona na Europa etc. Ignorei os achismos e aderi sem problemas”, relata Silva, que garante não ter dificuldades com a escolha. Pelo contrário, a bicicleta lhe rendeu muitos benefícios.
Um mês e meios após o início das pedaladas, o engenheiro já contabilizava quatro quilos a menos na balança, isso sem mudar nada na alimentação, e mudanças expressivas no humor. Hoje ele se considera mais tranquilo e paciente. O jeito de enxergar a cidade e alguns hábitos comuns a quem vive em uma metrópole também mudaram. “Passei a dar preferência para o comércio de rua e para o comércio local. Não faço compras utilizando carro; não vou a lugares para jantar de carro; evito os shoppings centers ao máximo. Isso me fez adotar hábitos de andar a pé, transporte coletivo e bicicleta para fazer minhas coisas do dia-a-dia”, explica, garantindo que o carro só sai da garagem quando o deslocamento é superior a 40 km por trecho.
Os gastos passaram de R$ 1150 para zero. Foi necessário um investimento inicial para a compra da bicicleta, equipamentos de segurança, algumas roupas mais leves e uma boa mochila. Depois disso, os gastos com transporte foram mínimos, já que a manutenção básica é feita pelo próprio ciclista, com a ajuda de tutoriais na internet, e, quando necessário, a troca de peça custa muito menos do que um equipamento automotivo.
As dificuldades podem ser consideradas apenas pequenos contratempos. Apesar de pedalar em meio aos carros na maior parte de seu trajeto, Silva não reclama do trânsito, do clima ou da falta de chuveiro no trabalho. Em dias de chuva, a solução é simples: capa de chuva. Se está muito sol: protetor solar, roupas leves e organização para sair um pouco mais cedo e pedalar com calma. Quanto ao suor, basta levar uma roupa extra e tomar um “banho de gato” com lenços umedecidos. “Os que não sabem que eu vou de bicicleta nem desconfiam que a uso”, acrescenta o ciclista.
Ter a bike como meio de transporte também modificou a relação do paulista com a cidade e com as outras pessoas ao seu redor, principalmente no trânsito. Isso também o permite vivenciar situações improváveis. “O mais inusitado foi quando, chegando próximo ao trabalho, aproximou-se junto com seu cachorro um morador de rua que gentilmente pediu para que eu contasse quanto ele tinha em reais em um punhado de moedas. Contei e após ele me perguntar quanto faltava para dez reais, conversamos um pouco sobre o mundo numa conversa bem lúcida. Ao fim, me perguntou da onde eu vinha e se estava indo ao trabalho. Assim que respondi e afirmei que estava em direção ao trabalho, enquanto nos despedíamos, ele me sugeriu continuar firme para que assim conseguisse comprar um carro”, relembra.
Nove meses pode parecer pouco, como se Hélio Costa e Silva fosse um novato sobre duas rodas nas ruas de São Paulo. Mas, o tempo foi suficiente para transformar vários aspectos em sua vida e agregar experiência que ele compartilha com quem também quer iniciar essa empreitada. A primeira delas é pensar o trajeto e pesquisar sobre as melhores rotas antes de sair de casa, existem mapas específicos disponíveis na internet com os caminhos mais tranquilos para ciclistas urbanos, o que garante mais segurança. Além disso, ele lembra a importância de se posicionar bem na via e conhecer as normas e sinalizações de trânsito. Evitar passar o farol vermelho, andar na contramão ou nas calçadas também são itens essenciais lembrados pelo jovem nesta lista. CicloVivo

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Especial Mobilidade Urbana – A ficha cai, lentamente, mas cai



por Reinaldo Canto, especial para a Envolverde*
shutterstocktransitocapa Especial Mobilidade Urbana   A ficha cai, lentamente, mas cai
Foto: http://www.shutterstock.com/
Como todos os impérios, o do automóvel começa a ruir por suas próprias rodas
Nossas cidades têm sido reféns do grande imperador automóvel desde o princípio do século passado. A chegada do transporte individual foi visto e festejado como um dos principais símbolos do capitalismo e da visão liberal de mundo. Liberdade, individualidade, desenvolvimento, portanto, a conquista definitiva do homem moderno rumo à felicidade plena e definitiva.
O conceito do fordismo dominou nossas vidas, desde então, baseado na produção em massa e entre uma grande quantidade de produtos a serem consumidos, o carro representava e, precisamos ser realistas, ainda representa, a verdadeira realização de um sonho de conquista e sucesso.
O que não se podia prever é que quanto mais pessoas passassem a ascender o olimpo do carro próprio, a realidade da mobilidade urbana e da configuração das cidades seria impactada de maneira cada vez mais dramática.
Eis que em pleno século XXI estamos a desconstruir paulatinamente o que foi erguido durante todo o século passado.  Nossos gestores públicos por bem ou por mal já concluíram ser inviável continuar apostando cegamente em buscar soluções de transporte que priorizem o automóvel, até porque tornam os espaços urbanos definitivamente inviáveis.
Em lugar de uma cidade voltada para solucionar, ou melhor, apenas tentar sem sucesso, garantir espaços para os carros, o poder público começa a planejar baseado na busca da mobilidade que envolva todos os meios de locomoção privilegiando a ideia da “cidade para as pessoas”.
O direito de ir e vir colocado em sua real perspectiva toma o lugar da expressão: “ direito de andar com meu carro quando e onde eu quiser”, dá lugar ao direito da mobilidade, seja ela exercida de acordo com os meios mais adequados a determinada área ou região.
Pedestres, cadeirantes e ciclistas, entre outros, eram praticamente invisíveis e suas necessidades ou desejos absolutamente ignorados. Uma recente campanha lançada pelo Portal Mobilize, especializado em mobilidade urbana, deixa bem clara essa histórica negligencia ao concluir que mais de 90% das sinalizações existentes em cidades brasileiras são destinadas aos automóveis.  Segundo informa a pesquisa Sinalize, “não existem totens com mapas que indiquem os principais pontos de referência, que podem ser alcançados a pé ou de bicicleta. Não há, salvo raras exceções, indicação das rotas adequadas aos ciclistas. Mais raros ainda são os sinais sonoros para pessoas com deficiência visual”.
Se levarmos em conta que, de acordo com pesquisa divulgada em julho pelo Datafolha, 79% dos moradores de São Paulo utilizam ônibus em seus deslocamentos, em segundo lugar o metrô com 39% das viagens e o carro apenas em terceiro com 17%, é óbvia e ululante a necessidade de planejar e investir em soluções que busquem atender essa grande maioria.
Só para complementar outros dados do estudo realizado pelo Datafolha. Os trens estão em quarto lugar com 14% dos deslocamentos diários, seguido de vans, peruas e lotações com 13% das respostas dos entrevistados e ainda 7% que fazem seus trajetos a pé, 2% são usuários de motos e por fim 1% respondeu que fazem uso de bicicletas ou táxis.**
Muito trabalho pela frente
Se a percepção do colapso se espalha com alguma velocidade, isso não significa que essa visão esteja consolidada de maneira clara e definitiva. Ainda mais fora dos eixos já fortemente impactados.
Infelizmente, as grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro continuam a representar exemplos de “progresso” e “modelos de exportação” a serem seguidos por outras capitais e cidades brasileiras em geral. Apesar da lenta mudança de rumos, os terríveis congestionamentos verificados nessas cidades têm sido replicados em outras regiões do país, graças às facilidades na compra dos automóveis e o estímulo insano ao transporte individual. O resultado é que nos últimos anos o trânsito parado e estressante passou a ser vivenciado até mesmo nas cidades médias do país quase sem exceção.
Seduzidos por esse modelo fracassado, infelizmente ainda somos obrigados a conviver com algumas autoridades públicas de visão limítrofe que, tentam resolver a questão do transporte construindo mais túneis, viadutos, novas pistas e novas avenidas. É muito dinheiro público investido em obras de resultado pontual e de curto prazo, quando em alguns casos sequer representem uma solução paliativa, mas meramente cosmética.
A equação em cidades já dominadas pela visão puramente automobilística não é de fácil resolução, mas o fato é que já não mais faltam informações para que saibamos os caminhos a trilhar. Sejam eles quais forem os obstáculos, é chegada a hora de envidar todos os esforços para a construção de uma mobilidade que contemple todos os meios de transporte sejam eles motorizados ou não.
**O total da pesquisa é superior a 100%, pois as pessoas entrevistadas podiam citar mais de uma opção de transporte.
* Reinaldo Canto é jornalista especializado em Sustentabilidade e Consumo Consciente e pós-graduado em Inteligência Empresarial e Gestão do Conhecimento. Passou pelas principais emissoras de televisão e rádio do País. Foi diretor de comunicação do Greenpeace Brasil, coordenador de comunicação do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente e colaborador do Instituto Ethos. Atualmente é colaborador e parceiro da Envolverde, professor em Gestão Ambiental na FAPPES e palestrante e consultor na área ambiental. 
(Envolverde)