terça-feira, 13 de dezembro de 2016

A única luz no fim do túnel



Exercitando a mente em um futuro cenário político a partir do provável número de denunciados na delação do fim do mundo da Odebrecht, cerca de 200 segundo informações da imprensa, será impossível a partir de então a continuidade dos trabalhos na Casa sem uma profunda reforma política, pois, doravante, faltará legitimidade, ética e moral para aprovação de temas de interesse do governo.

A desculpa governista de que o país precisa avançar e crescer não se sustenta nem mesmo perto de um desavisado javali.  Se constatado o balcão de negócios em que se transformou nossa Casa legislativa federal (imaginem as estaduais e municipais ???), não só o produto do roubo (aprovação das leis) tem que ser anulado, como também aqueles que negociaram e viabilizaram um falso cenário de necessidades às empreiteiras, têm que ser punidos.

Tais propostas e caminhos, mesmo de difícil aprovação, devem estar desde já no radar daqueles que eventualmente sobrarem dessa hecatombe e que terão a tarefa de reconstruir junto à sociedade a estabilidade política do país. 

Portanto, torna-se condição “sine qua non” a instauração por esses parlamentares remanescentes, de processos de cassação por falta de decoro parlamentar de todos os envolvidos nas negociatas (venda de MP’s e leis), bem como a anulação das referidas leis e a consequente cessação dos prejuízos e seus respectivos ressarcimentos.

A constatação de que nosso sistema político apodreceu e precisa passar por ampla reforma política só não é sentida pela grande mídia, sempre servil às elites.

Tal reforma, já vem sendo pedida em vários fóruns da sociedade civil organizada desde o maroto impeachment da presidente Dilma e já começa a arranhar nossa imagem internacional. 

Com o atual Congresso envolvido até o pescoço no lodaçal de denúncias de corrupção, não serão os acusados de hoje que permitirão o país avançar.  Portanto, apenas uma constituinte exclusiva que ouça a voz rouca das ruas poderá atacar questões como o fim do foro privilegiado e o voto obrigatório, o fim das coligações proporcionais, imposição de cláusula de barreira, além de medidas para o fortalecimento dos partidos.

Além do mais, a lei do impeachment mostrou-se frágil e permissiva a manobras pouco republicanas, e precisa ser revisada.  Outro ponto interessante a ser debatido, seria a análise do fim da figura do vice-presidente, existente em outros países.  Tenho a convicção que daqui para frente os partidos terão cuidado redobrado nessas escolhas.

Mas para tudo isso ocorrer serão necessários três ingredientes básicos: as ruas roncarem alto, diretas já e o judiciário, com a intenção de resgatar a credibilidade perdida no caso Renan, vestir-se para guerra e alinhar-se ao lado do povo. 

Como estamos próximos ao natal, será esse meu presente de papai noel?

Abraços Sustentáveis

Odilon de Barros  


Nenhum comentário: