O ano de 2016 se aproxima e, segundo a organização britânica OXFAN,
que reúne 3000 parceiros e atua em cerca de 100 países, será um marco na
desigualdade social planetária.  Por quê?
Anualmente, assistimos fóruns econômicos debaterem o tema e lançarem
propostas, porém, ações efetivas que reflitam uma melhora na distribuição da
riqueza, pouco ou nada têm interferido nas estatísticas que medem esta
catástrofe mundial.  E o que vemos é mais
concentração. 
Segundo a entidade, ano que vem o planeta estará alcançando o
ápice da desigualdade com a riqueza acumulada por 1% da população mundial sendo
superior a tudo que os demais possuem.  Apesar
de produzirmos alimento para três planetas, uma em cada nove pessoas passa fome.  E 1 bilhão de pessoas vive com menos de US$
1,25/dia.  Mais, a diferença entre a
renda dos 99% mais pobres para o 1% mais rico é de, pasmem, 700 vezes.  O estudo revela, ainda, que a partir da crise
econômica de 2008 a desigualdade mundial explodiu.   
Winnie Byanyima, diretora-executiva da OXFAN e copresidente do
Fórum Econômico Mundial, finaliza o estudo com uma pergunta instigante:  “queremos
viver em um mundo no qual 1% tem mais do que nós todos juntos?” A resposta,
sob todos os aspectos e lógicas, se feita individualmente para cada um dos 7,2
bilhões de terráqueos, seria óbvia: um retumbante não.   Complementando: o que podemos fazer enquanto sociedades
globais para trazer essa discussão à baila, fazê-la aflorar entre nós?
A favor deles (1% mais ricos), a gigantesca e desorganizada
aldeia global e suas múltiplas faces e divisões.  De governos, conhecimento, acessibilidade,
fronteiras/países, línguas, costumes, culturas. 
 Por outro lado, os números que
retratam os contrastes da vida dos 99% dos terráqueos mais pobres são
incontestáveis.  
Ao não estimularmos as sociedades a exercitar (e exigir) um
contraponto de prioridades econômicas e sociais de políticas públicas em prol de suas
populações (discutindo, propondo, agindo), permitimos, tacitamente, que o
abismo se aprofunde e o modus operandi vigente se perpetue.  É a falência do capitalismo.
É notório que governos e governantes, em sua grande maioria,
estão sempre à disposição das elites e seus interesses, implementando políticas
que visam privilegiar e resguardar o grande capital.  Sempre intocável em qualquer cenário.  Seja no Brasil, na Grécia ou na Espanha.  E é esta visão macroeconômica que tem que ser
invertida.  
Por aqui, os insaciáveis de sempre, senhores do capital, comandados
pelo capacho-mor dos rentistas, Sr. Joaquim Levy, já escolheram os bodes expiatórios
da vez: os velhinhos e suas aposentadorias. 
A complementar a estupidez, a criatividade (!!!) de mais impostos.
Doce delírio ou utopia, não custa lembrar aos representantes
da elite brasileira, que nunca é tarde para o jogo começar a virar.  Com um pouco de pressão da sociedade e vontade
política, bem que podíamos inovar e propor a criação do imposto sobre grandes
fortunas e taxar o lucro dos bancos.
Se o governo é realmente dos trabalhadores, trabalhar apenas
pelas elites, por quê?  Afinal, é ou não hora
de exercitar dividir?
Abraços Sustentáveis
Odilon de Barros


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